Investigação

Ex-padre responde por violência sexual contra monges

Crimes aconteciam dentro de um mosteiro, em Monte Sião, e durante viagens, entre 2011 e 2018; caso condenado, pode pegar de dois a oito anos de reclusão

Camila Dourado/ Especial para o Estado de Minas
postado em 16/02/2022 15:36 / atualizado em 16/02/2022 15:36
 (crédito: Reprodução Facebook)
(crédito: Reprodução Facebook)

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) recebeu a denúncia do Ministério Público contra um ex-padre acusado de violência sexual contra quatro monges, em Monte Sião, no Sul de Minas. Ernani Maria dos Reis, de 55 anos, foi indiciado e a decisão foi assinada pelo juiz Roberto Troster. A ação penal foi instaurada no dia 8 de fevereiro.

Segundo a polícia, o religioso era o responsável pelo mosteiro Santíssima Trindade, em Monte Sião, onde os crimes terial sido cometidos. Os abusos também seriam feitos durante viagens no período entre 2011 e 2018, quando ele se afastou das funções.

O inquérito apontou que as vítimas eram homens, com idades entre 20 e 43 anos. Além disso, os monges subordinados tinham que passar por um processo seletivo para ingressar no mosteiro.

“A promotoria recebeu a denúncia do MP e indiciou o ex-padre. Ele passou de denunciado para réu. O processo corre em segredo de Justiça”, afirma Marco Antônio Meiken, promotor.

 

Crimes eram praticados dentro do mosteiro Santíssima Trindade, em Monte Sião, e durante viagens
Crimes eram praticados dentro do mosteiro Santíssima Trindade, em Monte Sião, e durante viagens (foto: Reprodução Facebook)

Além dos monges, a polícia informou que mulheres também acusaram o religioso de maus-tratos e assédio moral. De acordo com a Justiça, se condenado, o ex-padre pode pegar de dois a oito anos de reclusão.

A promotoria responsável pelo caso não deu detalhes sobre o andamento do processo. Mas, ainda segundo a polícia, Ernani segue negando as acusações.

Segundo o advogado de defesa, João Humberto Alves, "o que posso informar é que ainda não tivemos acesso à denúncia oferecida pelo Ministério Público, por conta de tal documento estar com sigilo nos autos. Nós fizemos o pedido e estamos esperando o juiz apreciá-lo e, então, requisitar o levantamento do sigilo para a defesa".

Ele explica também que "ainda não fomos intimados da decisão do juiz acerca do possível recebimento da denúncia (aceitação da acusação), o que impossibilita qualquer tipo de manifestação por parte da defesa sobre os fatos".

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