"Como não tinha ninguém lá?", questiona mãe de criança morta em toboágua

Menino de 8 anos morreu após cair de toboágua em manutenção de um parque aquático em Caldas Novas

Cecília Sóter

postado em 14/02/2022 16:52 / atualizado em 15/02/2022 07:37

(crédito: Reprodução/Redes Sociais)

Jaqueline Rosa, mãe de Davi Lucas de Miranda, de 8 anos, que morreu após cair de um toboágua em manutenção, em Caldas Novas (GO), questiona sobre o descaso do parque em proteger a área que ocorreu o acidente. "Ele era uma criança de 8 anos. Só tinha uma fitinha [interditando o brinquedo]. Como não tinha ninguém lá?".

A família, que é da cidade mineira de Conselheiro Lafaiete, contou em entrevista ao G1, que Davi adorava viajar para Caldas Novas. O passeio já estava planejado, mas precisou ser remarcado em decorrência das fortes chuvas que atingiram Minas Gerais. Jaqueline e o marido, Luciano Miranda, optaram por adiar a ida a Goiás para garantir a segurança deles e dos filhos no caminho.

Jaqueline relata que, na hora do acidente, estava preparando mamadeira para o caçula e que os filhos estavam com o pai. Davi pediu para ir ao banheiro e, como já conhecia o local e sabia nadar, Luciano autorizou.

Contudo, o menino acabou tendo acesso ao toboágua conhecido como Vulcão, que estava em manutenção, e caiu de uma altura de cerca de 15 metros.

“Ele já estava acostumado. Dessa vez, como estava sem água dentro do brinquedo, por causa da manutenção, não amorteceu a queda. Ele não teve maldade quando viu a fita. Não tinha nenhuma outra barreira física”, disse Giliard Miranda, tio de Davi, confirmado que o menino já tinha ido outras vezes ao parque aquático.

Davi foi inicialmente atendido por guarda-vidas do parque e depois levado pelo Samu para o Hospital Municipal de Caldas Novas. De acordo com os socorristas, o garoto estava em estado grave e chegou a ser intubado.

Uma equipe aérea do Corpo de Bombeiros foi acionada para fazer a transferência da vítima de helicóptero para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia, mas o menino sofreu uma parada cardíaca e a equipe teve que retornar.

“Meu filho era uma criança maravilhosa, cheia de planos, um menino superestudioso. Ele só queria brincar. Mas meu filho não volta mais. Está doendo muito”, desabafou Jaqueline.

A família acredita que houve falha do parque aquático e que o acidente poderia ter sido evitado.

“De fato, houve negligência do parque. É um lugar com muita circulação de crianças. Com certeza, se tivesse uma barreira física ou alguém tomando conta, ele não desceria de lá. Vamos esperar passar esse momento e vamos tomar as medidas cabíveis, até para que não ocorra com outras crianças”, afirmou Giliard.

O corpo de Davi será velado e sepultado, nesta segunda-feira (14), na cidade da família. 

Perícia

O toboágua foi periciado pela  Polícia Técnico-Científica (PTC), nesta segunda-feira (14), e o resultado fica pronto em 10 dias. "Foi feita perícia no local e o exame cadavérico. Algumas testemunhas começarão a ser ouvidas no decorrer do dia para esclarecermos os fatos", explicou o delegado.

O grupo Di Roma disse, em nota, que está prestando assistência à família e que está consternado com a situação. O clube afirmou ainda que o Corpo de Bombeiros faz vistorias frequentes no local.

"O Grupo DiRoma vem publicamente lamentar e prestar profunda solidariedade à família da criança que tragicamente se acidentou nas dependências do nosso complexo.

A área em que ocorreu o acidente estava completamente fechada com tapume e devidamente sinalizada para reforma e melhorias.

O espaço, bem como todo nosso complexo, é vistoriado com rigor pelo Corpo de Bombeiros e possui todos os alvarás e licenças emitidos pelas autoridades competentes.

Em cinquenta anos de história e tradição, nunca o Grupo DiRoma sofreu uma tragédia dessa magnitude.

As investigações sobre as causas do acidente serão realizadas pela Polícia Civil.

Estamos consternados, colaborando com as autoridades, oferecendo total suporte à família nesse momento de luto."