SBI: antes da 4ª dose, deve-se fechar ciclo com duas doses e reforço

Segundo a entidade, faltam dados aprofundados capazes de justificar a administração da quarta aplicação da vacina contra covid-19 para todas as faixas da população

Correio Braziliense

postado em 12/02/2022 06:00

Enfermeira aplica dose da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca em mulher - (crédito: Claudio Cruz/AFP)

Diante do aumento de mortes pela covid-19 no Brasil, com o registro de mais 1.135 óbitos pela doença somente nas últimas 24 horas, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) defendeu que a prioridade da campanha de vacinação deve ser o avanço da conclusão do esquema de imunização com duas doses, mais o reforço. Segundo a entidade, faltam dados aprofundados capazes de justificar a administração da quarta aplicação da vacina contra covid-19 para todas as faixas da população.

Nesta semana, o governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Presidência da República, João Doria, anunciou que em breve disponibilizará a quarta dose para toda a população paulista. Isso irritou o ministro Marcelo Queiroga, da Saúde, que acusou estados e municípios de não seguirem o cronograma de vacinação elaborado pela pasta. A quarta aplicação é prevista somente para pessoas imunossuprimidas.

Segundo o documento assinado pelo presidente da SBI, Alberto Chebabo, "em locais onde se observa alta cobertura da população adulta com três doses, algumas iniciativas de aplicação de quarta dose na população acima de 60 anos têm sido colocadas em prática, com a finalidade de avaliar a eficácia desta estratégia".

Para a SBI, é prioritário avançar no percentual de pessoas com o esquema básico de vacinação (duas doses ou a única da Janssen) com atenção do reforço. De acordo com levantamento da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, 54 milhões de brasileiros estão aptos a tomar a terceira aplicação, enquanto mais de 21,5 milhões estão atrasados para receber a segunda.

Também ontem, o ministério anunciou a contratação de mais 2 milhões de doses da vacina infantil da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos — agora são 22 milhões de imunizantes de uso pediátrico. (MEC)