Vacinação contra covid-19

Sociedade de Infectologia: "Há carência de dados que justifiquem aplicação da 4ª dose"

Documento da SBI defende, contudo, no momento, a quarta dose da vacina contra a covid-19 para imunossuprimidos, população menos responsiva à imunização

Maria Eduarda Cardim
postado em 11/02/2022 10:21 / atualizado em 11/02/2022 10:21
 (crédito: Claudio Cruz/AFP)
(crédito: Claudio Cruz/AFP)

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) defendeu, por meio de uma nota informativa, ainda haver carência de dados mais robustos que justifiquem a aplicação da quarta dose da vacina contra covid-19 em termos de efetividade no país como um todo. O documento explica que a quarta aplicação do imunizante é altamente recomendada para imunossuprimidos, ação já recomendada pelo Ministério da Saúde. Mas, no caso da população geral, ainda faltam dados para que exista essa orientação.

"[...] Há carência de dados mais robustos que justifiquem a aplicação em termos de efetividade no país como um todo", diz trecho do documento assinado pelo presidente da entidade, o infectologista Alberto Chebabo. 

A nota da SBI afirma que, "em locais que onde se observa alta cobertura da população adulta com três doses, algumas iniciativas de aplicação de quarta dose na população acima de 60 anos têm sido colocadas em prática, com a finalidade de avaliar a eficácia desta estratégia". 

Até o momento, o Ministério da Saúde só recomenda a quarta dose para a pessoas imunossuprimidas a partir de 12 anos. A Sociedade Brasileira de Infectologia ressalta que, neste caso, o reforço é "altamente recomendado", já que esta população é menos responsiva à imunização

Apesar da orientação do governo federal, o estado de São Paulo indicou que vai aderir à aplicação da quarta dose da vacina contra covid-19 “independentemente de haver ou não recomendação do Ministério da Saúde”.

Urgência

Segundo a SBI, a medida mais urgente em termos de vacinação para o país é avançar no percentual de pessoas com o esquema básico de vacinação contra a covid-19 (duas doses) com atenção para a dose de reforço (3ª dose), que deve ser aplicada quatro meses após a segunda dose. 

"O Brasil tem nesse momento 76% das pessoas elegíveis vacinadas com o esquema básico, e apenas 33% da população vacinável com a dose de reforço. Diversos trabalhos científicos publicados demonstram que contra a variante ômicron é necessário o esquema com três doses para melhor proteção dos indivíduos", diz a nota. 

De acordo com levantamento da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 (Secovid), 54 milhões de brasileiros já estão aptos a tomar a dose de reforço, enquanto mais de 21,5 milhões de brasileiros estão atrasados para receber a segunda dose da vacina.

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