HOMICÍDIO

Viúva de homem negro morto por vizinho policial no Rio presta novo depoimento

Na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, Luziane Teófilo pediu justiça pelo assassinato do marido, Durval Teófilo, de 38 anos: "Minha filha até hoje espera o pai levantar do caixão e ir para casa". Vítima levou três tiros ao ser confundido com um bandido por sargento da Marinha

João Vitor Tavarez*
postado em 10/02/2022 17:05 / atualizado em 10/02/2022 17:05
 (crédito: Reprodução/Facebook)
(crédito: Reprodução/Facebook)

Luziane Teófilo, esposa do homem negro morto por um policial no Rio de Janeiro, prestou um novo depoimento à Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí nesta quinta-feira (10/2). Durval Teófilo Filho foi assassinado no último dia 2 por um vizinho, o sargento da Marinha, Aurélio Alves Bezerra.

"Só quero justiça em nome do meu esposo Durval, um cara que não merecia morrer daquele jeito, e pela minha filha. Até hoje, ela está esperando o pai levantar do caixão e ir para casa. Tenho fé, em nome de Jesus, que a justiça vai ser feita. Não vou descansar enquanto não houver essa justiça", declarou Luziane à imprensa. A viúva prestou cerca de duas horas de depoimento à polícia.

"Tudo que eu mais quero é justiça, porque pude entender que foi racismo, sim, e ele não pode ficar impune. Ele não teve piedade do meu marido e nesse momento eu não aceito desculpa, não aceito perdão. Foi um crime bárbaro. Ele foi um assassino frio", ressaltou.

Crime

Durval Teófilo Filho, 38 anos, foi assassinado com três tiros pelo sargento da Marinha, Aurélio Alves Bezerra, no dia 2 de fevereiro. Os dois moravam no mesmo condomínio no bairro do Columbandê, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio. O militar efetuou os disparos dentro do próprio carro após confundir Durval com um assaltante no momento em que a vítima abria a mochila para tirar a chave do portão.

Aurélio Alves responde responde por homicídio doloso, quando há intenção de matar. Na quarta-feira (9), 5ª Vara Criminal de São Gonçalo determinou que o militar seja julgado por um Tribunal de Júri da 4ª Vara Criminal. 

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

 

*Estagiário sob a supervisão de 


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