Risco

Vale inicia obras para eliminar barragem em Itabira, primeira de 5 previstas

As barragens a montante são consideradas mais perigosas por sua técnica de construção, a mesma dos dois desastres recentes da empresa em Minas, em Mariana e Brumadinho

Agência Estado
postado em 07/02/2022 13:49 / atualizado em 07/02/2022 13:49
Barragem B3/B4, em Nova Lima, é uma das barragens da lista -  (crédito: Vale/Divulgação)
Barragem B3/B4, em Nova Lima, é uma das barragens da lista - (crédito: Vale/Divulgação)

A mineradora Vale iniciou nesta segunda-feira, 7, as obras para eliminação do dique 4 da barragem Pontal, em Itabira (MG). É a primeira das cinco estruturas a montante previstas para serem descaracterizadas pela mineradora e reintegradas ao meio ambiente neste ano. A Vale tem provisões de cerca de R$ 10 bilhões para o Programa de Descaracterização.

As barragens a montante são consideradas mais perigosas por sua técnica de construção. O corpo da barragem é construído com o uso de rejeito por meio de alteamentos sucessivos sobre o próprio rejeito depositado, no sentido contrário ao fluxo de água. A Vale quer descaracterizar todas as suas barragens a montante.

Segundo a empresa, as obras em Itabira acontecerão em área interna da empresa, sem impactos nas vias locais. O rejeito removido será destinado a uma área devidamente preparada dentro do próprio Sistema Pontal. O dique não recebe rejeitos da mineração desde 2014 e tem cerca de 3,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos.

Ao fim, o dique não mais terá a função de reter rejeitos e estará reintegrado ao meio ambiente.

Após a tragédia de Brumadinho, a Vale mapeou 30 barragens, das quais sete foram descaracterizadas - quatro em Minas Gerais e três no Pará.

Para 2022, a previsão da empresa é concluir a descaracterização de dois diques e de uma barragem em Itabira, uma barragem em Congonhas (MG) e um dique auxiliar em Nova Lima (MG).

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