Entidades, como a Associação Nacional de Jornais (ANJ), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), criticaram as ações promovidas pela rede de hospitais Samel contra o jornal O Globo, bem como as decisões tomadas por um juiz do Amazonas contra o veículo de comunicação.
Ontem, a Fenaj afirmou se tratar de um "caso gravíssimo de ataque à liberdade de imprensa por meio de ações judiciais". A Abraji disse ver com "preocupação e pesar" as seguidas decisões do mesmo juiz e repudiou o uso do Judiciário contra o exercício do jornalismo.
Já a ANJ chamou as ações da Samel de "tentativa de intimidação ao trabalho jornalístico", e as decisões da Justiça de "censura judicial". A associação manifestou profunda indignação com o pedido da Samel, negado pela Justiça, de prisão do diretor de Redação do jornal, Alan Gripp, e da repórter Malu Gaspar. "A prisão de jornalistas que cumprem integralmente sua missão de levar aos cidadãos informações de seu interesse é inadmissível na democracia", disse, em nota.
Ensaio clínico
A ANJ recordou que, em novembro do ano passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes já havia cassado decisões da Justiça do Amazonas neste caso, considerando-as atentatórias à liberdade de imprensa.
A rede Samel faz uma ofensiva judicial movida contra O Globo, em razão de reportagens publicadas a partir de abril de 2021 no blog da colunista Malu Gaspar, revelando indícios de fraude e violações éticas em um ensaio clínico com a droga proxalutamida no tratamento da covid-19. Após as publicações, a pedido da empresa, o titular da 3ª Vara Cível e de Acidentes de Trabalho de Manaus determinou o bloqueio de R$ 1,8 milhão da Editora Globo, e também a divulgação de um direito de resposta.
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