O secretário de Atenção Primária do Ministério da Saúde, Raphael Câmara, lançou hoje (4), na Associação Fluminense de Amparo aos Cegos (Afac), em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, o Guia de Atividade Física para a População Brasileira em braile. Raphael Câmara lembrou que em 1999, quando trabalhou nos Jogos Parapan-Americanos, no México, eram grandes as dificuldades dos deficientes físicos. E que de lá para cá, o cenário mudou, mas admitiu que "ainda tem muito para melhorar".
O Guia de Atividade Física para a População Brasileira foi lançado no ano passado e constitui, segundo o ministério, um marco importante para as políticas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS). Raphael Câmara lembrou que esse é o primeiro material que o Ministério da Saúde faz em braile.
Ele disse que, em breve, todos os documentos do governo federal vão ter também essa inclusão.
O secretário destacou a importância da atividade física para todos, e lembrou que o próprio presidente da República é um educador físico e pretende colocar profissionais de educação física nas equipes de Saúde da Família. Câmara prometeu que esses profissionais deverão também ter um olhar para o deficiente físico.
Proteção
O Ministério da Saúde não tem foco na atividade física de alto rendimento. Para isso existe uma secretaria específica, que é a Secretaria do Esporte, disse o secretário. "A nossa questão é, realmente, a saúde. A gente sabe que a atividade física é um fator protetor para diversas doenças, como as doenças cardiovasculares, e também para obesidade. A gente quer que todo o Brasil tenha esse manual, também em braile".
De acordo com o Ministério da Saúde, o incentivo à prática de atividade física é um meio de contribuir para a proteção e o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis, como câncer de mama, diabetes, cardiopatias, entre outras.
Raphael Câmara disse que os deficientes físicos precisam de visibilidade. Ele acredita que ao lançar o manual em braile, o ministério vai provocar uma corrida para todas as demais pastas seguirem esse exemplo.
Até agosto de 2021, foram distribuídos mais de 74 mil exemplares impressos do guia para as secretarias estaduais de Saúde, visando o envio aos estabelecimentos de saúde dos municípios. Agora, será iniciada a distribuição de mil exemplares em braile para instituições e associações especializadas, institutos e fundações, universidades e institutos federais, além de centros de reabilitação vinculados ao SUS e que atendem pessoas com deficiência visual e cegos.
Prática
De acordo com a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico 2019 (Vigtel), mais de 44% da população brasileira maior de 18 anos de idade não praticam o mínimo de atividade física recomendado. Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) avalia que documentos para a população com diretrizes para prática de atividade física, como o guia brasileiro, são fundamentais para redução da inatividade física nos países.
O Guia de Atividade Física para a População Brasileira trouxe uma inovação para a Atenção Primária, porque considera a acessibilidade de informação como um ponto forte para disseminar esse material para os brasileiros. O guia pode ser consultado nos canais do Ministério da Saúde e seus conteúdos são disponibilizados em formato digital, 'audiobook' e vídeos, além das versões impressas.
O Guia de Atividade Física para a População Brasileira foi construído em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (RS) e reuniu cerca de 70 pesquisadores da área da atividade física relacionada à saúde, além da equipe técnica do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/Brasil).
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