As fortes chuvas que caíram no final de semana em São Paulo causaram a morte de pelo menos 24 pessoas, incluindo oito crianças — uma delas um bebê de três meses. Há ainda oito desaparecidos, nove feridos, cerca de 1,5 mil famílias desabrigadas e 320 desalojadas. Os temporais começaram a atingir a região metropolitana da capital e o interior do estado na última sexta-feira e têm causado deslizamentos, transbordamento de rios, alagamentos e interdição de rodovias e ruas.
O município que contabiliza o maior número de mortes é o de Franco da Rocha, que havia notificado oito óbitos. As cidades de Itapevi, Arujá, Francisco Morato, Várzea Paulista, Jaú, Ribeirão Preto e Embu das Artes também relataram vidas perdidas. No caso de Itapevi, a vítima foi um recém-nascido de três meses, que chegou a ser socorrido, mas não resistiu. A mãe da criança foi atendida e segue internada.
Os temporais são fruto da chamada Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que vai da Amazônia ao Oceano Atlântico. O fenômeno provoca nuvens densas, que chegam a ficar praticamente paradas em uma única região. Isso resulta a uma quantidade muito grande de chuva, no mesmo local.
Estudos feitos pela Defesa Civil de São Paulo apontam por volta de 900 áreas de risco nas cidades mais afetadas pelas chuvas. Desses terrenos, 300 são considerados de risco alto ou muito alto.
A previsão da meteorologia é que, nas próximas horas, os temporais deem uma trégua em São Paulo, mas afetarão estados vizinhos como Rio de Janeiro e Minas Gerais.
O governador João Doria (PSDB) anunciou a disponibilização de R$ 15 milhões para o enfrentamento da destruição causada pelas chuvas do final de semana nos municípios mais atingidos. Os recursos chegarão, ainda, às cidades de Campo Limpo Paulista, Capivari, Montemor e Rafard.
Briga política
No último domingo, o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), sobrevoou as áreas atingidas pelas chuvas e cobrou do Ministério do Desenvolvimento Regional mais empenho no enfrentamento dos estragos na região. Para ele, o governo federal deveria "não só se manifestar, mas também enviar recursos".
Em resposta, o ministro do Desenvolvimento, Rogério Marinho, disse ter recebido com "estranheza" as críticas de Doria, sugerindo que o pré-candidato à Presidência estaria usando a tragédia como palanque político. "O governador parece desconhecer a natureza técnica do trabalho deste ministério, que não se pauta pela política eleitoral", reagiu a pasta.
Mas Doria não ficou sozinho nas críticas ao governo federal. O também pré-candidato Ciro Gomes (PDT) usou as redes sociais para acusar que "mesmo após tantas tragédias, como as que aconteceram na Bahia e em Minas Gerais, o governo federal continua sendo criminosamente omisso".
*Estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi
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