O governo do presidente Jair Bolsonaro demorou demais para dar início à campanha de vacinação infantil contra a covid-19. Foi o que concluíram 50% dos entrevistados por levantamento Exame/Ideia, divulgado ontem. Segundo a pesquisa, metade da população considera que a gestão federal não deu prioridade à imunização de crianças, levando mais tempo do que o necessário para disponibilizar as vacinas a esse público. Os que discordam dessa afirmação são 20%.
A parte do país que mais condena o governo pela falta de celeridade nesse quesito é o Nordeste, segundo a sondagem. É justamente nesta região que Bolsonaro tem mais dificuldade para atrair eleitores, como mostra seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto.
Ainda no âmbito da covid-19, a pesquisa destaca a grande aceitação pelos autotestes de detecção da doença. O porcentual de pessoas que compraria o produto nas farmácias é de 67%. Além disso, nove em cada 10 integrantes das classes D e E pagariam até R$ 50 em um exame que pode ser realizada por ela mesma em casa.
O levantamento do Ideia revelou que a maior parte das pessoas que pretendem realizar o teste em casa (77%) tem o ensino superior completo e renda acima de cinco salários mínimos (79%). E entre os que ganham até um salário mínimo, a taxa foi de 60%.
"Chama a atenção o alto grau de pessoas que estão dispostas a pagar por um autoteste. Mesmo as pessoas que ganham menos, até um salário mínimo, têm interesse", destacou o presidente do Ideia, Maurício Moura.
A pesquisa mostra, ainda, que a maioria das pessoas considera que o governo federal é o principal responsável pela compra de testes para detecção da doença. Mais: 65% dos entrevistados acreditam que a aquisição dos dispositivos de diagnóstico deve partir do Executivo, enquanto 17% responsabilizam o governo estadual e 12% atribuem o dever às prefeituras.
O levantamento colheu a opinião de 1.252 pessoas entre os dias 24 e 26 de janeiro. A margem de erro é de aproximadamente três pontos para mais ou para menos.