A comunidade científica é unânime no repúdio à decisão de Hélio Angotti Neto, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, sobre o veto ao documento de Diretrizes Brasileiras para Tratamento Medicamentoso Ambulatorial do Paciente com Covid, produzido pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde (SUS), a Conitec.
A Diretora da Anvisa responsável pela área que analisa e aprova vacinas, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Meiruze Freitas, declarou que é “inadmissível que a ciência, tecnologia e inovação no Brasil esteja na contra-mão do mundo”.
“Todas as vacinas autorizadas no Brasil passaram pelos requisitos técnicos mais elevados no campo dos estudos clínicos randomizados (fase I, II e III) e da regulação sanitária. É preciso que todos estejam unidos na mesma direção, ou seja, salvar vidas”, disse. Ela se refere à justificativa usada pelo secretário para desqualificar as vacinas.
Alexandre Naime Barbosa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), afirmou que essa foi a primeira vez que um secretário da área de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde é contra alguma decisão da Conitec.
O especialista, membro da elaboração do estudo, que durou entre três a quatro meses, afirmou que a Sociedade Brasileira de Infectologia, junto com outras instituições que compõe a comissão entrarão com um recurso contra a decisão e direcionada ao ministro Marcelo Queiroga.