O Brasil registrou, entre a quarta-feira e ontem, 350 óbitos causados pela covid-19, de acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Há uma semana, foram registradas 174 mortes. Com os registros, o país acumula 622.205 vidas perdidas para a doença.
O levantamento do Conass, que compila dados de secretarias de Saúde dos 26 estados e do Distrito Federal, apontou, ainda, 168 495 novos casos de covid-19 em 24 horas, com um total de 23.585 243 registros desde o início da pandemia.
A média móvel de novos registros nos últimos sete dias chegou a 110.047 casos. Já a média móvel de mortes foi de 237, ante 212 quarta-feira e 129 no dia 13, uma semana atrás.
Os números corroboram o levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que mostra que nos primeiros 15 dias do ano houve um aumento significativo no número de casos de covid-19 no Brasil. Segundo a nova edição do Observatório Covid-19, foram, em média, 49 mil novos registros por dia, número que equivale a seis vezes o observado no início de dezembro do ano passado — cerca de oito mil. O aumento de mortes, porém, não acompanhou o crescimento dos casos e permaneceu reduzido.
Mesmo considerando que parte dos novos registros se refere àqueles retidos nos sistemas SUS-Notifica e Sivep-Gripe, por conta do ataque hacker ao Ministério da Saúde, o predomínio da variante ômicron mostra uma evidente tendência de aumento da transmissão da doença, segundo a Fiocruz. Esse movimento acelerado do número de casos já havia sido observado na Europa e, mais recentemente, na Argentina e no Uruguai.
UTIs
A ocupação dos leitos de UTI para covid-19 também aumentou nas últimas semanas. Cinco unidades da Federação ingressaram na zona de alerta intermediário de ocupação (com taxas iguais ou superiores a 60% e inferiores a 80%). Somaram-se às outras seis que se encontravam nessa faixa. Quatro estados estão na zona de alerta crítico, com ocupação superior a 80%: Pernambuco (86%), Espírito Santo (80%), Mato Grosso (84%) e Goiás (81%).
Entre as capitais com taxas divulgadas, Fortaleza (85%), Recife (80%), Belo Horizonte (88%), Rio de Janeiro (95%) e Cuiabá (100%) estão na zona de alerta crítico. Porto Velho (66%), Manaus (77%), Boa Vista (60%), Palmas (69%), São Luís (68%), Teresina (66%), Salvador (65%), Vitória (78%), Curitiba (61%), Campo Grande (77%), Goiânia (77%) e Brasília (74%) estão em alerta intermediário.
Na visão dos cientistas do Observatório, a distribuição dos casos de internação e morte nos grupos etários também preocupa, já que, desde dezembro de 2021, houve uma mudança de perfil. Tanto para internações quanto para óbitos, destaca-se a maior presença de pessoas mais jovens. Em especial para internações, chama a atenção a presença de crianças com até dois anos.