Depois de afirmar que a variante ômicron era "bem-vinda", o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi às redes sociais, ontem, e defendeu o autoteste para detecção da covid-19, cuja liberação foi solicitada pelo Ministério da Saúde, na semana passada, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O presidente fez a publicação no momento em que as atenções do país estão voltadas para a alta de casos da doença, os alertas de falta de testes e o começo da vacinação de crianças de 5 a 11 anos de idade.
Na postagem, Bolsonaro apresentou dados para defender o programa de testagem do Ministério da Saúde e aproveitou para ressaltar os benefícios do autoteste, que, caso liberado pela Anvisa, será vendido em farmácias.
"Plano Nacional de Expansão da Testagem: encaminho à Anvisa informações do autoteste de antígeno para detecção do Covid-19. O uso do autoteste pode garantir o início mais rápido das ações para interromper a cadeia de transmissão", afirmou o presidente.
Segundo ele, "o objetivo é que os testes sejam disponibilizados em redes de farmácias/drogarias e outros estabelecimentos de saúde para pessoas com ou sem sintomas que tenham interesse em realizar a autotestagem".
Bolsonaro acrescentou que os testes de antígeno são amplamente utilizados na rede pública e enfatizou que o governo já distribuiu mais de 381 milhões de doses de vacinas contra o novo coronavírus.
O país tem enfrentado uma forte alta nos casos de covid-19, impulsionada pela variante ômicron. O cenário pode ser ainda pior, em razão do apagão do sistema de informações no Ministério da Saúde. Uma pesquisa Datafolha divulgada no sábado mostrou que o número de pessoas que dizem ter se infectado pelo novo coronavírus é o dobro do que demonstram os dados oficiais. (JV)