O avanço da variante Ômicron no Brasil tem elevado exponencialmente os números diários de novos casos da covid-19. De acordo com o levantamento feito pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), nas últimas 24h foram registrados 97.986 novos casos de infecção pelo vírus. Essa é a sexta maior taxa desde o início da pandemia e a maior desde 18 de setembro de 2021, quando o país atingiu 150.106 novos casos, levando em consideração ajustes feitos na compilação de dados.
O total entre esta quarta-feira (12/1) e quinta-feira (13/1) é 2,73 vezes maior que o registrado uma semana atrás, em 6 de janeiro, quando foram detectados 35.826 novos casos. Com isso, a média móvel de novos registros nos últimos sete dias atingiu 61.141 casos, a maior desde 29 de junho de 2021, quando a média móvel de sete dias ficou em 65.522 casos.
Com isso, o número de mortes também aumentou, mas em ritmo reduzido em comparação ao ano passado (2021). Nas últimas 24h, 174 pessoas morreram por covid-19 no Brasil, o que elevou a média móvel dos últimos sete dias para 129. Na semana passada a média móvel ficou em 94. Já a taxa de mortalidade está em 295,3% de acordo com o levantamento do Conass.
Assim, o país acumula 620.545 vidas perdidas para a doença e aproximadamente 23 milhões de casos de infecção desde o início da pandemia. A unidade da federação que soma maior números de casos e óbitos é São Paulo, com cerca de 4,4 milhões de infecções e mais de 155 mil mortes.
Superlotação
Além do crescimento de casos de covid, o país enfrenta um surto de gripe. Os dois vírus, tanto isoladamente, quanto em contaminação conjunta (Flurona), têm causado sobrecarga nos prontos-socorros e elevado o percentual de ocupação nas unidades de terapia intensiva (UTIs).
Uma pesquisa realizada pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), com 33 hospitais espalhados pelo Brasil, mostrou um aumento de 88% nos casos positivos de covid-19 e de influenza. O aumento no número de casos do coronavírus foi, em média, de 655% desde dezembro de 2021, sendo que algumas instituições relataram aumentos maiores que 1000%. Já o crescimento no número de casos de influenza foi, em média, de 270%.
Em São Paulo, o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios (SindHosp) divulgou uma nota mostrando que 90% dos hospitais registraram aumento de atendimento presencial ou em telessaúde, em ambulatório e nos pronto-socorros.
Esse surto tem gerado afastamento em massa de funcionários infectados pelo novo coronavírus ou por influenza. As companhias aéreas, além de supermercados, laboratórios e hospitais, são as que mais sofrem com a escassez de mão de obra.
Restrições
Com o aumento alarmante dos casos, diversos estados do país voltaram a fazer restrições para tentar conter o avanço da variante ômicron. Ao menos 12 unidades da Federação anunciaram novas medidas.
Festas de carnaval e eventos no geral estão sendo cancelados por todo o país. Além disso, alguns estados e municípios estabeleceram capacidade máxima para bares, restaurantes, lanchonetes e cultos religiosos. No Distrito Federal, por exemplo, shows, eventos e festivais com cobrança de ingresso estão suspensos. E a retomada da obrigatoriedade das máscaras em locais abertos está sendo avaliada.