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Ministro da Cidadania: calamidades servem para o governo mostrar espírito público

Em entrevista ao CB.Poder — uma parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília, João Roma disse que Bolsonaro o ligou várias vezes para acompanhar tragédias causadas pelas chuvas

O ministro da Cidadania, João Roma, considera que as chuvas que vêm assolando as regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste “são desafios permanentes, que o gestor precisa enfrentar com espírito público e determinação”. A afirmação foi feita, ontem, durante entrevista ao programa CB.Poder — uma parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília. Ele garantiu que o governo federal não tem deixado faltar recursos para a mitigação dos efeitos das cheias e deslizametos para a população desabrigada e desalojada.

O ministro esteve em Minas Gerais, na última terça-feira, para ver de perto os estragos. E disse que o presidente Jair Bolsonaro tem acompanhado de perto a situação desde que os primeiros relatos das fortes chuvas — como as que caíram na Bahia, no final do ano passado, que renderam duras críticas ao presidente, por não interromper a folga no litoral catarinense para ver a situação no estado.
“Cotidianamente, me ligava várias vezes, acompanhou e não permitiu que nada faltasse na atenção às pessoas, no suporte do governo federal para tratar dessa calamidade”, destacou.

Segundo Roma, o governo federal deve destinar R$ 700 milhões para ações de enfrentamento às chuvas. Além disso, aproximadamente R$ 30 milhões já chegaram aos municípios baianos afetados pelas inundações, e R$ 80 milhões foram repassados para a manutenção e reconstrução de estradas no estado.
“Uma calamidade como essa tem várias fases. A primeira, naturalmente, é cuidar da vida das pessoas, o resgate, retirar as pessoas de áreas de risco. Na sequência, todas as medidas de mitigação. Depois, a limpeza das cidades, a reconstrução do que a água destruiu — como pontes, estradas, prédios públicos e casas. Óbvio que a reconstrução dessas casas não pode se dar novamente na área de risco. O Ministério do Desenvolvimento Regional está, sim, fazendo todo o levantamento”, salientou.

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Auxílio Brasil

O ministro anunciou que, no início de janeiro, o Ministério da Cidadania zerou a fila de espera para o Auxílio Brasil, consolidando 17,5 milhões de famílias atendidas — o maior número de beneficiários de um programa de transferência de renda do governo federal.

O programa que substituiu o Bolsa Família, tem, segundo Roma, um atrativo a mais que o antecessor: um incentivo de R$ 200 para os recebedores do benefício que consigam emprego com carteira assinada. De acordo com o ministro, o pagamento dura dois anos após a oficialização do novo trabalho.

Ele também afirmou que uma nova rodada do auxílio emergencial está descartada. “Percebe-se uma fragilização da economia, mas o presidente comentou que será muito difícil para o Brasil resistir a mais uma onda de fechamento total. É preciso saber lidar com isso. A vacinação está avançando, o Brasil é um dos países que mais vacinou. Não está previsto um novo auxílio emergencial. O que está previsto é um fortalecimento das políticas de assistência social e outras ações que o governo está levando a cabo”, assegurou.

Vacinação

Roma disse, ainda, que Bolsonaro não é inimigo da vacinação — como vem sendo apontado. “Ele apenas é um presidente que luta muito pela liberdade das pessoas. Nesse quesito, é um dos valores que nós conquistamos. Sempre comento que o Brasil é um Estado laico, mas não é um Estado ateu”, explicou.
Sobre o episódio da resposta do diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, a Bolsonaro, Roma se alinhou ao presidente. “O presidente da Anvisa muitas vezes tem extrapolado suas funções, muitas vezes até sem o respaldo de sua diretoria, com decisões que nem sempre estão validadas pela diretoria de um órgão colegiado”, acusou.

*Estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi