O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quarta-feira (12/1) que a pasta vai enviar, ainda nesta semana, os documentos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a regulamentação de autotestes para covid-19.
A declaração do ministro veio após o diretor-presidente da Anvisa, Barra Torres, afirmar que a aprovação pelo órgão regulador depende de documentos da Saúde que detalhem as políticas sobre a regulamentação dos exames que poderão ser realizados pelos próprios pacientes.
Questionado por jornalistas, na sede do Ministério da Saúde em Brasília, sobre quando os papéis seriam enviados para a Anvisa, Queiroga inicialmente respondeu: "Estamos trabalhando nessa perspectiva". Em relação à data, afirmou: "Esta semana, com certeza".
Segundo ele, a aprovação dos autotestes ampliará o controle do avanço da covid-19 no país. “No momento que precisamos aumentar a capacidade de testagem, a iniciativa privada e cada um dos brasileiros que têm sintomas gripais podem, também, se somar à iniciativa do governo federal", afirmou o ministro.
Com a explosão de casos da covid-19 e da influenza, prefeituras e secretarias de Saúde lutam contra a falta de estoque de testes para a detecção dos vírus das duas doenças. A dificuldade no Sistema Único de Saúde (SUS) fez com que o problema chegasse ao setor privado de medicina privada e de farmácias, pois quem procura pelos exames tem se queixado da dificuldades de agendamento e das poucas quantidades de kits para detecção da doença disponíveis.
No entanto, Queiroga destacou que deve haver um modelo de autotestes que garanta que as pessoas consigam executar o procedimento de forma correta e informar seus resultados para o poder público.
"Desde que a farmácia que venda apoie os que compram na realização do teste orientando-os para realizar o teste da forma correta e para que sejam informados os dados — caso positivo — ao Ministério da Saúde, é um iniciativa que pode se somar ao esforço do Ministério da Saúde e do poder público de uma maneira geral", completou.
Festas de fim de ano
Para o ministro, o crescimento no número de casos do novo coronavírus “é fruto das festas de final de ano”. Queiroga disse que as comemorações “não foram de forma alguma estimuladas" pelo governo federal. “É claro que as unidades básicas de Saúde experimentam um número maior de pacientes, isso é fruto das festas de final de ano”, pontuou.
Ele ressaltou ainda a importância da segunda dose e do reforço em razão do avanço da variante ômicron. “Sabemos que os indivíduos que não têm o esquema vacinal completo têm mais chance de desenvolver formas graves da doença”, finalizou.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro