O governador Romeu Zema (Novo), disse que a tragédia ocorrida em Capitólio, no Sudoeste de Minas Gerais, quando uma rocha atingiu uma lancha que navegava em um cânion e matou 10 pessoas, era "muito difícil de se prever". Ele deu a declaração nesta segunda-feira (10/1), em São João da Batista da Glória, cidade vizinha ao palco do acidente e sede do centro de operações que integra as forças atuantes no caso.
"É algo inédito, que nunca aconteceu anteriormente. Nos últimos 100 anos, não sabemos de nenhuma ocorrência dessa. Então, seria algo muito difícil de se prever", disse, em entrevista coletiva. "[As mortes] poderiam [ser evitadas], da mesma forma que podemos evitar que nenhuma rocha venha a rolar de montanhas no Brasil", afirmou.
"O que aconteceu, ali, é o que acontece muitas vezes Brasil afora: uma rocha rola de determinada montanha sem nenhuma previsibilidade, atingindo um carro ou um caminhão e interrompendo a pista", observou ele.
Segundo o governador, agora é preciso que autoridades relacionadas à segurança do local atuem para impedir novos casos.
"Se esse desmoronamento tivesse acontecido a noite, em outro momento, muito provavelmente a situação seria bem difícil da atual. Pode acontecer a cada 100 ou 500 anos, ninguém sabe, mas sabemos, agora, que é uma região sujeita a risco Vai merecer análise técnica de geólogos e [outras] pessoas, que podem colocar, ali, nível de risco aceitável - ou não", pontuou, mencionando as investigações conduzidas pela Marinha do Brasil e pela Polícia Civil estadual. "Quando cai um raio, quem é o responsável? É o prefeito?", comparou.
Zema falou sobre a necessidade de exigir "cuidado adicional" na navegação em Capitólio. Ele defendeu que,em épocas de chuvas intensas, como em janeiro, haja a imposição de restrições que impeçam os navegantes de chegar perto dos paredões. A água dos temporais se infiltrou no maciço rochoso e ajudou a diminuir a resistência da pedra.
"Queremos viabilizar turismo com segurança. É possível, sim", garantiu Zema, citando paredes de gelo vistas de longe por embarcações que navegam nas águas de países como Argentina e Chile