A chuva não dá trégua em Minas Gerais e, conforme boletim da Defesa Civil Estadual, divulgado ontem, ao menos 138 cidades mineiras estão em situação de emergência. Seis pessoas morreram desde o início do período chuvoso no estado, em outubro de 2021, e ao menos outras duas mortes, em Belo Horizonte e Betim, devem entrar no próximo informativo do órgão.
Uma mulher de 42 anos morreu, no domingo, em BH, após uma casa desabar no bairro São João Batista, na região de Venda Nova. No sábado, Betim registrou o primeiro óbito devido ao período chuvoso. O pedreiro e eletricista Cristiano Carvalho Anjos, de 38 anos, não resistiu aos ferimentos após do desabamento de sua casa, no Citrolândia.
Segundo a Defesa Civil, Belo Horizonte registra um volume de chuva significativo o que potencializa ocorrências de risco geológico em toda cidade. "É muito importante que as pessoas redobrem suas atenções, observem sinais que possam evidenciar o risco de colapso de muros e moradias, deslizamentos de encostas e, principalmente, não permaneçam nesses locais e procurem um local seguro", comunicou o órgão.
Também na capital de Minas, a estrutura de um prédio começou a ceder na manhã de ontem. O edifício fica no bairro Buritis. Em fotos e vídeos publicados nas redes socias, é possível ver parte do muro desabar. A prefeitura informou que o Corpo de Bombeiros foi acionado por moradores e que não há vítimas. Por questões questões de segurança, os moradores foram orientados a desocupar o edifício.
Além do acidente com os turistas de Capitólio, desde a tarde de sexta-feira, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais atendeu a outros chamados provocados pelas chuvas no estado, como o dique de barragem próxima a Belo Horizonte que transbordou também no sábado e atingiu a região da BR-040, além de deslizamentos e pessoas ilhadas.
Nova Lima
A Justiça de Minas Gerais decidiu impor à fabricante de tubos Vallourec uma série de medidas para conter os danos do transbordamento de um dique de sedimentos na mina de ferro de Pau Branco, em Nova Lima. A estrutura não se rompeu, mas está em nível 3 de emergência, que significa risco de ruptura iminente. A Defesa Civil investiga as causas do transbordamento.
A decisão judicial suspende as atividades da Vallourec no local, bloqueia R$ 1 bilhão da empresa e a obriga a tomar providências "para conter os danos ambientais e sociais" causados pelo vazamento. Um dique de contenção transbordou por volta das 11h da manhã de sábado. Uma pessoa ficou ferida. E a rodovia BR-040 teve que ser interditada.
A Prefeitura de Nova Lima vai autuar a Vallourec por crime ambiental e exigir, ao lado do governo de Minas Gerais, o cumprimento do Plano de Recuperação das Áreas Degradadas depois do transbordamento do dique.