Educação

Inep: diretor responsável pelo Enem é exonerado do cargo

Anderson Soares Furtado Oliveira foi exonerado meses após apoiar servidores demissionários. Servidor trabalhava no Inep desde 2013 e estava na direção do Exame Nacional de Ensino Médio desde maio de 2021

Gabriela Chabalgoity*
postado em 25/01/2022 15:44 / atualizado em 25/01/2022 15:56
 (crédito: LUÍS FORTES/MEC)
(crédito: LUÍS FORTES/MEC)

O diretor da Avaliação de Educação Básica (Daeb) do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), Anderson Soares Oliveira, foi demitido nesta terça-feira (25/1). A exoneração, a pedido, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). O servidor trabalhava no Inep desde 2013 e estava na direção do Enem desde maio de 2021.

Em novembro de 2021, o agora ex-diretor se solidarizou com os servidores que pediram demissão de cargos comissionados no Inep durante uma crise institucional no órgão. Em ofício, Anderson chegou a pedir pela valorização dos funcionários dizendo que a alta gestão do instituto não fornecia "condições para os servidores e colaboradores trazerem excelência nas entregas".

Para substituí-lo, foi escolhida a doutora em economia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Michele Silva Cristina Melo, que já estava no Inep desde abril de 2021, exercendo o papel de diretora de Estudos Educacionais do instituto.

Essa não é a primeira troca realizada no órgão nas últimas semanas. O diretor de Gestão e Planejamento, Alexandre Avelino Pereira, foi substituído por Jofran Lima Roseno, na última semana. Além disso, Joelma Kremer foi nomeada para o cargo de diretora de Políticas e Regulação da Educação Profissional e Tecnológica, e Tassiana Cunha Carvalho, diretora de Articulação e Fortalecimento da Educação Profissional e Tecnológica.

As mudanças ocorreram após o fim da aplicação das provas do Enem, que ocorreu em novembro e foi reaplicado na segunda semana de janeiro.

Polêmicas

A Associação de Servidores do Inep (Assinep) divulgou em novembro um dossiê que reunia acusações de assédio e "possível intervenção e risco ao sigilo" na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021. A série de documentos foi entregue a entidades e órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU).

Servidores do Inep ouvidos pelo Correio à época sob a condição anonimato relataram uma "caça às bruxas" desde o início do governo Bolsonaro.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

 

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