Exatamente duas semanas depois da autorização da vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19, um levantamento do Ministério da Saúde com base nos dados da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) mostrou que crianças dessa faixa etária foram vacinadas antes da liberação. Outros imunizantes, além da Pfizer, o único autorizado para o público infantil, também foram aplicados. Ao todo, mais de 57 mil crianças espalhadas pelo país receberam doses erradas.
De acordo com o relatório, até dezembro de 2021 teriam sido vacinadas cerca de 2,4 mil crianças de zero a quatro anos, além de mais de 18 mil crianças de 5 a 11 anos. Uma tabela apresentada pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao Supremo Tribunal Federal (STF) mostra, ainda, que 14.561 crianças e adolescentes de até a 17 anos receberam doses da AstraZeneca, 20.064 da CoronaVac e 1.274 da Janssen. Esses imunizantes não têm aval para aplicação pediátrica.
O levantamento também apontou que 18.838 crianças de 5 a 11 anos e 2.410 de até 4 anos receberam o imunizante da Pfizer antes da chegada das doses específicas para a faixa etária — ou seja, vacinas destinadas ao público adulto. A AGU cita, também, o caso do menino que recebeu dose vencida da vacina na Paraíba.
Diante dos dados, a AGU solicitou ao STF a suspensão de qualquer campanha de vacinação de crianças e adolescentes em desacordo com as diretrizes prescritas no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19 (PNO) e nas recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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