A adolescente, agora com 16 anos, que matou à queima-roupa Isabele Ramos Guimarães segue internada no Lar Menina Moça, no Complexo do Pomeri, em Cuiabá. Nesta quinta-feira (20/1), um dia após completar um ano de prisão, a equipe multidisciplinar da unidade emitiu um laudo em que recomenda a soltura dela.
Segundo o portal G1, os profissionais atestaram que a menor recebe atendimento psicológico e psiquiátrico particular, conforme autorizado pela Justiça. Ela também participa dos atendimentos realizados pela unidade socioeducativa.
A equipe também atestou que a menor apreendida vem contribuindo para o cumprimento das metas da medida socioeducativa e que ela apresenta comportamentos sociais adequados, específicos da adolescência e vínculos com os familiares.
Com base nessas conclusões, o documento considera que a adolescente deve ser solta para cumprir o restante da medida socioeducativa em liberdade. Isso porque, segundo os profissionais, as limitações físicas, materiais e profissionais do Lar Menina Moça impedem que o espaço contribua com a melhor formação da interna, o que desviaria da finalidade da medida.
Resposta judicial
A emissão desse laudo faz parte de um procedimento repetido a cada seis meses de revisão da sentença de três anos de internação dada à menor responsável por matar Isabele Ramos. O próximo passo é a emissão de um parecer do Ministério Público e a submissão dos documentos à Justiça. Há seis meses, a equipe multidisciplinar também recomendou a soltura da jovem, entretanto, sua prisão foi mantida pela juíza do caso.
Em 19 de janeiro de 2021, ela foi condenada a três anos no regime socioeducativo por matar a amiga com um tiro a queima roupa. A sentença foi por ato infracional análogo ao crime de homicídio doloso, em que há a intenção de matar.
Pouco depois que a sentença foi publicada, a defesa da amiga de Isabele pediu que ela respondesse pelo crime em liberdade. O caso chegou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas os ministros decidiram manter a internação por maioria de votos.
Outro adolescente, então namorado da menor apreendida, e três adultos, incluindo pai e mãe da jovem presa, foram indiciados por ato infracional análogo ao homicídio culposo e homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. Mas as informações sobre os processos deles não estão disponíveis publicamente.
Assassinato
Diferente da versão apresentada inicialmente, de tiro acidental, a perícia concluiu que a pessoa que atirou em Isabele estava com a arma apontada para a cabeça dela, a uma distância que pode variar de 30 cm a 40 cm e a uma altura de cerca de 1,44 m. Na época, os peritos também apontaram que a cena do crime foi mexida.
O crime foi em 12 de julho de 2020. Isabele tinha perdido o pai um ano antes de morrer, mas deixou a mãe e um irmão mais novo.
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