Pandemia

Covid-19: prefeitos pedem liberação de autotestes à Saúde e à Anvisa

À pasta, eles pedem uma política pública que permita que o autoteste seja comercializado em farmácias e drogarias. De acordo com texto, esse tipo de exame é "uma das grandes estratégias para o enfrentamento da pandemia da covid-19, já empregada com sucesso por alguns países"

Gabriela Bernardes*
postado em 13/01/2022 14:03 / atualizado em 13/01/2022 14:03
 (crédito: MARIO TAMA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
(crédito: MARIO TAMA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e o Consórcio Conectar, enviaram, nesta quinta-feira (13/1), um ofício ao Ministério da Saúde e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) solicitando a comercialização em farmácias e drogarias de autotestes da covid-19. Segundo a Frente, o pedido resulta do aumento no número de casos da doença nas primeiras semanas de janeiro deste ano e da redução de dez para cinco dias do período de isolamento de pessoas com suspeita do vírus.

À pasta, a FNP e o Conectar pedem uma política pública que permita que o autoteste seja comercializado em farmácias e drogarias. De acordo com o texto, o autoteste é “uma das grandes estratégias para o enfrentamento da pandemia da covid-19, já empregada com sucesso por alguns países”.

O pedido é embasado no fato de que “testes de antígeno usam metodologias tecnicamente mais simples, rápidas e baratas que testes de RT-PCR, não necessitando de uma grande infraestrutura laboratorial, nem tampouco de técnicos especializados para sua execução, sendo de fácil operação, interpretação e com liberação rápida dos resultados, assumindo, assim, características de testes laboratoriais remotos (TLR) ou do inglês point-of-care testing (POCT)”, diz o requerimento.

Ainda de acordo com o documento, a medida “é embasada na testagem laboratorial em massa da população, auxiliando, assim, na tomada de decisão para o imediato isolamento social dos pacientes e de seus contactantes diretos, a fim de interromper o ciclo natural de transmissão da doença”.

À Anvisa, o ofício solicita a aprovação dos autotestes para comercialização e reforça que o exame das secreções respiratórias é “a única forma amplamente disponível para a identificação dos indivíduos infectados”.

Como funciona o autoteste

A maior vantagem desse tipo de exame, disponível para venda em farmácias e lojas de varejo ou distribuído pelos governos nos países onde o uso é permitido, é que ele pode ser realizado em casa. O paciente recolhe sua própria amostra de swab nasal, seguindo as instruções de uso. Todos os materiais necessários para realizar o teste, como instruções, cotonetes, dispositivos de teste e reagentes, são fornecidos na embalagem. Além disso, o resultado pode ser verificado em até 15 minutos.

Rede pública

Com a explosão de casos de covid-19 e de influenza nas últimas semanas, prefeituras e secretarias de Saúde têm enfrentado uma falta de estoque de testes para a detecção dos vírus das duas doenças. A dificuldade no Sistema Único de Saúde (SUS) fez com que o problema chegasse ao setor privado de medicina privada e de farmácias, pois quem procura pelos exames têm se queixado das dificuldades de agendamento e das poucas quantidades de kits para detecção da doença disponíveis.

Na última quarta-feira (12), o Ministério da Saúde se comprometeu com a distribuição aos municípios de mais de 6 milhões de testes contra a covid-19 do tipo antígeno, de um total de 30 milhões previstos até o fim de janeiro. A promessa veio após o Conectar, ligado à Frente Nacional de Prefeitos, enviar ofício ao ministério pedindo auxílio na estruturação do atendimento da rede de atenção à saúde.

"Os testes serão distribuídos a partir de segunda-feira (17), garantindo a identificação, isolamento e monitoramento de casos. São essas as medidas capazes de impedir o crescimento da taxa de transmissão", disse Gean Loureiro, prefeito de Florianópolis e presidente do Consórcio, na ocasião.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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