Chuvas em minas gerais

Dez mortos em apenas 24h

Enchentes e desabamentos no estado fizeram 19 óbitos este ano. Inmet mantém alerta para tempestades nos próximos dias

Taísa Medeiros
postado em 12/01/2022 00:01
 (crédito: Marcos Evangelista/Governo de MG)
(crédito: Marcos Evangelista/Governo de MG)

As chuvas continuam causando devastação e mortes em Minas Gerais. Em menos de 24 horas, foram registradas 10 mortes em decorrência das tempestades e alagamentos. Com os novos óbitos, o total chega a 19, de acordo com o boletim da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec). De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as tempestades continuarão pelas próximas horas — o que representa mais riscos de desabamentos e enchentes, além do número de óbitos e de pessoas desalojadas e desabrigadas.

O desabamento de um conjunto de casas, provocado possivelmente pela movimentação do solo encharcado, matou dois homens na madrugada de segunda-feira, no município de Dores de Guanhães. No mesmo dia, em São Gonçalo do Rio Abaixo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, uma criança de 11 anos não resistiu à queda do muro de uma casa.

Também na segunda-feira, em Ervália, na Zona da Mata, um deslizamento de terra seguido de desabamento de um imóvel vitimou um jovem de 20 anos que estava em um bar. Outras duas mortes ocorreram em Caratinga, no Vale do Rio Doce, em um carro que foi arrastado pela correnteza.

Já em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte, cinco pessoas estavam em um carro que foi arrastado e, em seguida, soterrado em um deslizamento de terra no Retiro do Chalé. Nenhuma sobreviveu.

Minas tem 145 municípios em situação de emergência. Há, ainda, 3.481 pessoas desabrigadas e 13.756 desalojadas. O porta-voz do Corpo de Bombeiros do estado, tenente Pedro Aihara, alertou que as chuvas vão continuar e o risco de mais tragédias é alto.

"Especialmente na região metropolitana de Belo Horizonte, as chuvas devem seguir pelos próximos dias. Os cuidados que os cidadãos têm que tomar estão relacionados a detectar a possibilidade do risco geológico e do risco de inundação", alertou. O estado tem, ainda, 112 rodovias federais e estaduais com algum tipo de bloqueio devido a desabamentos, enchentes ou deslizamentos.

O agravamento dos efeitos das fortes chuvas é devido à topografia do estado, que aumenta a predisposição à ocorrência de fenômenos naturais causadores de desastres. "Minas irradia drenagens que compõem algumas das principais bacias hidrográficas do país, como as dos rios São Francisco, Paraná e Doce", explicou o professor do departamento de Geografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Luiz Fernando Barros.

Pirenópolis

As chuvas intensas nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste atingiram também um dos destinos turísticos mais procurados em Goiás: Pirenópolis. A cidade sofre com alagamentos por causa do transbordamento do Rio das Almas. A água chegou a alcançar a ponte que liga a parte histórica da cidade aos bairros mais novos.

A Defesa Civil do município alerta para as chuvas das próximas horas. "Recomenda-se aos representantes de atrativos turísticos como cachoeiras, balneários, acampamentos que não permitam a entrada de visitantes durante o período de chuvas intensas, em razão do risco de fenômenos como a 'cabeça d'água' e 'tromba d'água'", diz a nota da Defesa Civil.

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