Tragédia para turismo em Capitólio

Correio Braziliense
postado em 12/01/2022 00:01

As consequências do acidente que matou 10 pessoas no cânion de Capitólio são sentidas no turismo da cidade, com cancelamentos de diárias em hotéis, passeios e queda no movimento de estabelecimentos como bares e restaurantes. Depois da tragédia, a circulação de barcos e lanchas de passeio está proibida na represa. Na queda do paredão de rocha, no último sábado, quatro embarcações foram atingidas.

Às margens da rodovia que liga Capitólio a Passos, restaurantes fechados indicam que os turistas já evitam o local, ao menos por enquanto. Nas marinas, as lanchas estão atracadas e quase não há movimento na represa. A região do acidente foi interditada pela Defesa Civil.

Dona de duas pousadas, Karla Cristiane Farias já viu as reservas caírem 50% em uma delas para a próxima semana. Segundo ela, o turismo na cidade "se desenvolveu muito rápido nos últimos cinco anos".

Karla diz que seu prejuízo não virá apenas dos quartos vagos das pousadas. Ela vende passeios nas atrações da cidade e recebe um porcentual dos lucros. O acidente na represa, diz, mostra fragilidades que precisam ser corrigidas.

No centro da cidade, as irmãs Beatriz Alves Soares e Talita Alves Soares também contabilizam as perdas. As duas abriram um café e restaurante em novembro e vinham contando com a presença de turistas para amortizar o investimento de quase R$ 200 mil.

"Agora acho que vai ficar como se fosse movimento de baixa temporada, só com os moradores da cidade mesmo", diz Beatriz. Já Talita diz que Capitólio ficou muito marcada pelo turismo aquático, o que não reflete a diversidade ambiental que o destino oferece.

A cidade tem mais de 40 cachoeiras catalogadas, mas a represa e os cânions são seu cartão-postal. Há cerca de três anos, uma tromba d'água atingiu um grupo de turistas. Depois disso, as cachoeiras passaram a ser monitoradas. Algumas delas têm sirenes e funcionários vigiando as áreas mais altas dos cursos de água.

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