O salário mínimo de R$ 1.212 fixado para 2022 não repõe a inflação do ano passado. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), indicador que corrige o mínimo, registrou alta de 10,16% em 2021, segundo dado divulgado ontem pelo IBGE — ante reajuste de 10,02% dado pelo governo para o mínimo.
Isso significa que a alta no piso não repõe o poder de compra como determinado pela Constituição. Para isso, o piso deveria ter subido a R$ 1.213. O Ministério da Economia informou que a diferença vai ser incluída no piso do ano que vem.
No ano passado, o salário mínimo também foi estipulado abaixo da inflação do ano anterior. Ao decidir por R$ 1.212 neste ano, o governo incorporou R$ 1,62 referente à inflação maior de 2020 que não havia sido contabilizada no valor de R$ 1.100 que vigorou no ano passado. Deixar a diferença para o ano seguinte é permitido por lei.
Em 2020, porém, o governo mudou o salário no próprio ano, depois da divulgação do INPC. Em janeiro, vigorou R$ 998. A partir de fevereiro, passou a ser de R$ 1.045. A política de valorização do mínimo, com reajustes pelo índice de preços e pela variação do Produto Interno Bruto (PIB), vigorou entre 2011 e 2019, mas nem sempre o mínimo subiu acima da inflação.
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