"Que tristeza, tudo boiando". Com essas falas, em meio ao choro, uma mulher de 53 anos se desespera ao gravar um vídeo nesse domingo (9/1) para mostrar a casa tomada pela água no Sul de Minas. Maria Inez Firmino Machado teve todos os cômodos da residência invadidos pelo alagamento, no município de Pouso Alegre.
“Olha pra você ver minhas coisas, tudo boiando. Olha pra você ver minha casa, lutei tanto, olha que tristeza”, comenta a moradora, chorando, enquanto filmava a inundação da residência, no Bairro São Geraldo.
De acordo com o filho da mulher, Jonas Donizetti, a água começou a entrar na residência da família no sábado (8/1). Os moradores ainda precisaram quebrar um muro para retirada dos móveis da casa, que não passaram pela porta de entrada. “Tivemos que quebrar a parede para sair com alguns móveis. Saímos por trás da casa, onde um vizinho abriu o portão pra nós retirarmos”, contou.
O filho disse ainda que a família perdeu fogão, armário e dois guarda-roupas, além de mantimentos. Os móveis que a família conseguiu retirar da residência foram levados para a casa de amigos no bairro Foch. Já Maria Inez Firmino e o esposo, Sebastião Donizetti Machado, 61 anos, foram se abrigar na casa da filha do casal, no Bairro Morumbi.
Situação preocupa no bairro
Com a cheia do Rio Mandu, que está 3,70 metros acima do nível normal, os alagamentos no Bairro São Geraldo já atingiram mais de 200 famílias, segundo informou a Defesa Civil na manhã de hoje (10/1). Pessoas tiveram que deixar suas casas às pressas: a evacuação começou no final de semana. Um abrigo criado em escola municipal da cidade já atende 16 famílias provisoriamente.
As famílias que estavam sob situação de risco no bairro estão sendo acompanhadas pela prefeitura. Casas de amigos e familiares têm se tornado refúgio neste momento do desastre natural, visto por várias vezes nos últimos anos. A enchente mais marcante em Pouso Alegre foi no ano 2000 e afetou principalmente essa região.
A Defesa Civil tem trabalhado principalmente na região do São Geraldo, área mais atingida por ser considerada mais baixa e próxima ao Rio Mandu. O monitoramento é feito por 24h, informou a prefeitura por nota. Para diminuir a vazão da água, foram ligadas duas bombas de sucção na via conhecida como Diquinha. Outra medida foi instalar a terceira bomba para drenar a água que inunda o São Geraldo.
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