RIO DE JANEIRO

Ex-candidato a vereador é indiciado por abuso sexual contra cadelas

A polícia Civil informou que atualmente o homem mora embaixo de uma passarela, na cidade do Rio de Janeiro, e que não foi preso porque não houve flagrante

Correio Braziliense
postado em 07/01/2022 16:51 / atualizado em 28/07/2022 22:50
A cadela foi resgatada pela polícia -  (crédito: Reprodução)
A cadela foi resgatada pela polícia - (crédito: Reprodução)

Um homem acusado de abusar sexualmente de cadelas foi indiciado por maus tratos de animais, na última segunda-feira (03/01). Após denúncias de pessoas engajadas na causa animal, Cleber Alcasa foi localizado embaixo de uma passarela de travessia da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio de Janeiro, com uma cadela. O animal foi encaminhado ao veterinário, que constatou os abusos.

Cleber Alcasar foi candidato a vereador pelo PSOL, em Divinópolis (MG), nas eleições municipais de 2016. Sem sucesso no pleito, ele foi preso em 2017 por estupro de animais e porte de drogas. Na época, após ouvir ganidos dos animais, vizinhos quebraram o vidro da casa e filmaram o homem de cueca, com uma cadela no colo e outra na cama.

A polícia Civil informou que atualmente o homem estava morando no buraco embaixo da passarela, na região nobre do Rio de Janeiro, e que não foi preso porque não houve flagrante. Ainda segundo a corporação, a cadela encontrada com Cleber nesta semana foi alimentada e encaminhada a um veterinário. Em seguida o animal foi levado a um abrigo.

Nas redes sociais, Cleber Alcasar se apresenta como "radialista, ator, cantor, músico, escritor, poeta, político, ser humano, heterossexual, solteiro, sem filhos e diz que ama os animais". Além disso, ele diz ser proprietário de uma empresa chamada Sistema mãe.

Cleber foi indiciado por maus tratos a animais e pode ser condenado a até 5 anos de prisão. A operação foi coordenada pela delegada Flávia Monteiro de Barros, da 11ª Delegacia de Polícia, localizada na Rocinha-RJ.

O acusado era reincidente

Segundo o boletim de ocorrência registrado em 2017, inicialmente Cleber Alcasar era muito respeitado na cidade mineira de Divinópolis. O acusado ingressou na política concorrendo às eleições municipais após ficar conhecido pela iniciativa de recolher animais de rua.

No entanto, algum tempo depois, os vizinhos passaram a desconfiar dos ganidos constantes emitidos pelos cães na residência de Cleber. Primeiro, pensaram em maus-tratos e acionaram a polícia. Sem provas, o homem foi liberado.

A população então se organizou em vigílias e redobrou a atenção ao que acontecia no local. Após ouvirem os gritos dos animais novamente, os vizinhos quebraram vidro da casa do suspeito e flagraram o homem de cueca, com uma cachorra no colo e outra estuprada sobre a cama.

A polícia foi chamada e prendeu Cleber em flagrante. Na casa havia cerca de 15 animais, que foram retirados do local e colocados aos cuidados dos ativistas. A polícia também encontrou um invólucro plástico de cor preta com 26 pedras de substância semelhante ao crack.

Direito de resposta

Por e-mail, no sábado (23/7), Cleber respondeu ao contato do Correio para realizar o posicionamento sobre o caso. O homem negou o crime e enfatizou que é "inocente de qualquer acusação sobre o tema". 

Leia a resposta:

"Posso adiantar que sou inocente de qualquer acusação sobre o tema. Adianto ainda que a acusação atual se refere a um inquérito forjado por falsos denunciantes em 2017 e publicado na internet por pessoas interessadas no imóvel onde eu residia com meus cães por mais de oito anos no local e era candidato a vereador no município. Depois de 3 meses de investigações fui solto, mas por ameaça de morte pelos falsos denunciantes fui obrigado a sair de minha casa e do município.

Chegando ao Rio, procurei as emissoras de televisão para denúncia e em Curicida (bairro do Rio de Janeiro) conheci a cadela Estrela e com ela produzimos o filme longa-metragem A forma perfeita, onde a cadela é protagonista e depois de combinar com a dona dela moradora de Curicica e funcionária de manutenção no Projac Tv Globo rumamos para o Rio para divulgação.

Com a pandemia ficamos ilhados na Lagoa Rodrigo de Freitas como vulneráveis abaixo de uma passarela, quando então uma moça frequentadora do parque buscou a cadela com o apoio da Polícia local, levando-a em sua guarda e me deixando para trás com um boletim de procedimentos.

Esse fato ocorreu há 7 meses. Desde o dia 3 de janeiro.

Aguardo desde então."

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