Covid-19

Formulação da vacina para covid-19 aprovada para crianças será diferente

Anvisa decide que os benefícios de aplicação do imunizante nessa faixa de idade supera os riscos. Porém, agência reguladora alerta que, como há diferenças no fármaco voltado para os adultos, será preciso fazer algumas adaptações

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, ontem, o uso da vacina da Pfizer contra a covid-19 para crianças de cinco a 11 anos. A conclusão da área técnica da agência é de que os benefícios do imunizante para essa faixa etária superam os riscos.

Apesar de ter o mesmo princípio ativo do fármaco já comprado pelo Brasil e aplicado em pessoas com mais de 12 anos, a formulação da vacina aprovada para a população pediátrica é diferente — o que levará à aquisição de novos lotes pelo Ministério da Saúde. A intenção da pasta é incluir esse público-alvo na campanha de imunização contra a covid-19.

Durante a reunião que aprovou a vacina, os técnicos da Anvisa explicaram que uma das diversas diferenças entre os imunizantes da farmacêutica está na dosagem, que é menor para crianças. Além disso, as substâncias que compõem o imunizante são diferentes, assim como as condições para armazenamento e os frascos para envazamento. A Anvisa ressaltou que será necessário elaborar material e treinamento para evitar erros na aplicação.

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Nada neste ano

Apesar da decisão da Anvisa, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a vacinação de crianças contra a covid-19 não começa neste ano. "Quantos dias faltam para (acabar) 2021? Vocês acham que têm? Quanto tempo a Anvisa demorou para dar um posicionamento acerca dessas doses? É preciso ser feita uma análise. A Anvisa é uma avaliação. A avaliação que é feita pela Câmara Técnica do ministério é outra", disse.

De acordo com o ministro, antes do início da vacinação das crianças haverá uma "discussão ampla" que inclui a sociedade civil, os cientistas e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pasta não reservou doses para aplicar no grupo de cinco a 11 anos.

Este público, aliás, pode ter mais uma opção de vacina além da Pfizer. Isso porque, na última quarta-feira, o Instituto Butantan fez um novo pedido para que a Anvisa avalie a recomendação da CoronaVac para uma faixa de idade entre três e 17 anos.

Em agosto, a Diretoria Colegiada da Anvisa considerou, por unanimidade, não ser seguro aprovar o uso do imunizante desenvolvido pela Sinovac para aplicação edm crianças e adolescentes "por causa da limitação de dados dos estudos apresentados naquele momento".