Desde o surgimento da variante ômicron do novo coronavírus, o Brasil já confirmou 11 casos da cepa em território nacional. Mas, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu que pode haver uma subnotificação de casos ao afirmar que "com certeza, deve haver mais" que os registros feitos até agora. A pasta investiga seis casos da variante em Minas Gerais e em Goiás.
"Vivemos espreitados por outras possíveis variantes desse vírus. Como é o caso da ômicron, que foram identificados 11 casos aqui no Brasil e, com certeza, deve haver mais", disse o ministro, ontem, durante discurso na inauguração do Biobanco Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Pelo menos quatro unidades da Federação confirmaram casos da mutação: cinco estão no estado de São Paulo, dois no Distrito Federal, dois no Rio Grande do Sul e dois em Goiás.
Das 11 pessoas infectadas pela ômicron, sete estão com o esquema vacinal completo contra a covid-19; duas receberam apenas a primeira dose da vacina e, sobre as outras duas, ainda não há informações. Durante o discurso, Queiroga ainda ponderou que não se deve "punir" quem identificou uma variante nova da covid-19.
"Temos é que aplaudir quem identifica essas variantes do vírus para que possamos nos preparar melhor para combater essas ameaças imprevisíveis", completou o ministro sobre as nações que detectam mutações do coronavírus.
Diante do surgimento da variante, o Ministério da Saúde ativou uma sala de situação no fim de novembro para monitorar as infecções e adotar medidas de prevenção e controle. A princípio, a sala iria durar 15 dias, mas pode ser desativada também caso seja identificada uma transmissão comunitária da variante no país. No último final de semana, dados preliminares reunidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontaram que a ômicron pode se propagar de maneira mais veloz do que a delta, porém com sintomas mais leves.
Medidas
Para tentar barrar a disseminação da nova variante, a aposta segue sendo a vacinação e as medidas não farmacológicas já conhecidas, como uso de máscara e distanciamento social. Segundo dados de uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 49% da população é contra desobrigar o uso de máscaras, enquanto 39% se dizem favoráveis à utilização facultativa. Outros 10% não são nem a favor nem contra e 2% não sabem responder.
Já adotada em algumas cidades, a exigência do certificado de vacinação contra a covid-19 para a entrada em alguns lugares e estabelecimentos é apoiada pela maioria da população. Cerca de 65% dos entrevistados acreditam que as casas comerciais e outros locais devem exigir o comprovante e apenas 22% são contra a prática.