O Ministério da Saúde sofreu um segundo ataque hacker entre o final de domingo (12/12) e esta segunda-feira (13/12). A nova ofensiva, que tinha sido negada pelo governo ao longo de toda a tarde, foi admitida à noite pelo próprio ministro Marcelo Queiroga, em Brasília.
Horas antes, ao omitir o novo ataque, o ministério divulgou nota afirmando que o DataSUS realizava "manutenção preventiva na rede interna". Agora, mesmo dizendo que a segunda ação teve um impacto menor, Queiroga admitiu que, na verdade, o ministério atuava para "recuperar" sistemas internos.
"São duas coisas diferentes. Aquele primeiro ataque não foi um ataque ao Ministério da Saúde, aquilo foi a nível da Embratel, né? E felizmente, os dados não foram comprometidos. Em relação a esse [segundo ataque], foi algo de menor monta e estamos trabalhando para recuperar isso o mais rápido possível", disse o titular da Saúde.
Segundo fontes da Polícia Federal (PF), de domingo para esta segunda-feira, houve novas tentativas de ataques cibernéticos no sistema do Ministério da Saúde. Os e-mails, por exemplo, ficaram fora do ar.
Em nota divulgada minutos após a fala de Queiroga, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República afirma que houve "incidentes cibernéticos contra órgãos de governo" na última sexta (10/12) e que o governo atua "de forma coordenada para retomada dos serviços".
Questionado sobre a previsão de restabelecimento, Queiroga disse que o novo ataque deve afetar a estimativa anterior de estabilização, anteriormente prevista para esta terça-feira (14/12).
"Eu falei que [seria resolvido] até amanhã, né? Aí, houve esse outro ataque, infelizmente somos vítimas dessas figuras que têm, de maneira criminosa, invadido sistemas. Tentado invadir, né, eles não conseguem invadir, mas tumultuam, atrapalham", declarou.
O primeiro ataque hacker ocorreu na sexta-feira. Usuários do ConecteSUS relataram que os comprovantes de vacinação não estavam aparecendo no aplicativo. Houve relatos também de impossibilidade de acessar a plataforma. Entre outras funções, o ConecteSUS é o aplicativo responsável pela emissão do Certificado Nacional de Vacinação Covid-19.
O governo federal chegou a suspender a necessidade de comprovante de vacinação para passageiros que desembarcam nos aeroportos brasileiros, exigindo apenas cinco dias de quarentena. As medidas, que entrariam em vigor no sábado (11/12), passarão a valer somente em 18 de dezembro.
Porém, no mesmo sábado, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a obrigatoriedade da apresentação do comprovante de vacinação para viajantes que chegarem ao país. Segundo o gabinete do ministro, os brasileiros que não puderem comprovar vacinação em razão de ataque a sistemas do SUS devem apresentar um teste PCR negativo e informar que foram vacinados.