COVID

Três em cada quatro brasileiros já voltaram à vida pré-pandemia, revela pesquisa

O Brasil é o quarto com o maior índice de pessoas que voltaram à vida normal (25%). A média global é de 14%

Trabalho presencial, encontros com amigos e família, shows, festas e aglomerações diversas. As atividades que compõem a rotina calorosa — e sem distanciamento social — vividas antes da pandemia da covid-19 já foram adotadas novamente por três em cada quatro brasileiros. De acordo com a pesquisa Covid-19: A pandemia um dia acabará?, entre 33 países entrevistados, o Brasil é o quarto com o maior índice de pessoas que voltaram à vida normal (25%). A média global é de 14%.

O levantamento feito pela empresa de pesquisa Ipsos entrevistou 22.033 adultos de 33 países entre 22 de outubro e 5 de novembro — no Brasil foram mil entrevistados. O estudo foi publicado nesta sexta-feira (10/12).

Em relação ao retorno da vida normal, a nação verde e amarela só fica atrás de Dinamarca (38%), Arábia Saudita (36%) e Polônia (29%). Dois deles sofrem com novas ondas da doença.

O país dinamarquês anunciou, nesta quarta-feira (8/12), uma série de restrições para conter os casos, como o fechamento de escolas e limitação de funcionamento de bares e restaurantes. Desde maio deste ano o país suspendeu todas as medidas de prevenção e, agora, assiste a um aumento de infecções diárias, que chegou a 5 mil em 24h no mês de novembro.

Já a Polônia decidiu restringir a capacidade de estabelecimentos para 30% de pessoas não vacinadas e determinou o retorno das aulas remotas. As casas noturnas serão fechadas e testes de covid serão exigidos de estrangeiros e poloneses que desembarcarem no aeroporto do país. É a quarta onda da nação polonesa, que registrou, na segunda-feira (6/12), 19,3 mil novos casos e 504 mortes.

Os dados dos países podem alertar o governo brasileiro quanto à necessidade de manter restrições que podem auxiliar a evitar um novo aumento — e descontrole — no número de casos da doença, principalmente após a identificação da variante ômicron. Por enquanto, no Brasil, a maioria dos entrevistados acredita que a pandemia só acabará quando 3/4 da população estiver vacinada. Confira detalhes aqui.

Maioria dos brasileiros acredita que retorno à normalidade ocorrerá entre seis meses e um ano

Apesar de uma parte significativa de brasileiros já estarem com rotinas normalizadas, a maioria dos entrevistados ainda vê um horizonte até a normalidade. Cerca de 29% acredita que o retorno às atividades pré-pandêmicas pode ser feito entre um e seis meses, assim como outros 29% definem esse período como um ano.

Outros 15% não acreditam que o fim está próximo e definem que voltarão ao normal daqui mais de um ano; e 3% são adeptos do lema de que a vida nunca voltará a ser a mesma.

A maioria dos mais de 33 mil participantes da pesquisa definiram que o prazo para a normalidade está entre mais de um ano (27%) eum1 ano (25%). Entre um e seis meses é a terceira opção mais apontada (20%), enquanto “já voltou” e “nunca voltará ao normal” empataram com 14%. Russos e húngaros são os mais céticos: os primeiros registram 24% dos que acreditam que nunca terão suas rotinas de volta e os segundos atingem a impressionante marca de 30%, a maior da pesquisa.

Renda familiar e grau de ensino dos entrevistados podem revelar motivos do retorno precoce

De maneira geral, aqueles que não acreditam no “antigo normal” são, na maioria, mulheres (15%), entre 50 e 74 anos (15%), com baixa renda familiar (15%), e baixo nível educacional (17%).

Já os que afirmaram que já estão de volta à vida normal são, na maioria, homens (15%), entre 35 e 49 anos (30%), com baixa renda familiar (15%) e pouco estudo formal (16%). Apesar da pesquisa não fazer a correlação, é possível que o perfil dos entrevistados esteja relacionado ao impacto econômico causado na realidade desses grupos.

Aqueles que precisam trabalhar presencialmente em um emprego informal, ou perderam o emprego e tiveram que se tornar autônomos tiveram que enfrentar as ruas e voltar ao “normal”. Essas pessoas também têm o mesmo perfil das pessoas que caíram para a linha da pobreza registradas nos dados do Cadastro Único do governo federal, em que, em junho deste ano, registrou 2,8 milhões de pessoas nessa situação.

 

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