Depois de publicar nesta quinta-feira (9/12) a portaria interministerial que determina as regras para a entrada de viajantes no Brasil, o governo federal indicou que pretende voltar a se reunir daqui a 30 dias para rediscutir as medidas adotadas. A informação foi dada pelo secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, em conversa com jornalistas.
"Um ponto que combinamos internamente é que após 30 dias contados de hoje, a gente se reunirá novamente para poder rediscutir as medidas que foram tomadas", indicou Cruz. A revisão é necessária já que o cenário epidemiológico do país e do mundo pode mudar até lá.
"Hoje, a gente tem um cenário epidemiológico um pouco mais controlado muito graças, na visão do ministério (da Saúde), ao avanço da vacinação. Temos cerca de 90% de toda população-alvo imunizada com ao menos uma dose e 80%, com as duas doses", ponderou.
No entanto, diante do surgimento da nova variante ômicron, o governo adotou regras mais rígidas para a entrada de viajantes no país. "Como a gente ainda não entende a potencialidade dessa nova cepa, a cautela é sempre a melhor posição. A gente sabe que no final do ano o fluxo de turistas aumenta e, nesse sentido, a gente achou pertinente trazer essas medidas que hoje restringem um pouco mais", justificou o secretário.
A medida de verificar o comprovante de vacinação contra a covid-19 dos passageiros que chegam por meio do transporte aéreo foi adotada pelo governo federal quase um mês depois da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) indicá-las aos ministros responsáveis.
Fronteiras terrestres
Apesar de exigir a vacinação completa dos turistas que chegam pela via aérea, sob pena de quarentena de cinco dias para os não imunizados, para quem entra no país por transporte terrestre, o governo apenas pede o comprovante de vacinação caso não tenha feito teste de covid-19 antes da viagem.
A Anvisa recomendava que, para a via terrestre, o viajante estivesse com a vacinação completa, ficando impossibilitada a entrada de turistas não vacinados pelas fronteiras terrestres.
O secretário da pasta explicou que a decisão foi tomada baseada no tamanho da fronteira terrestre do Brasil e indicou que a maioria dos viajantes chega pela via aérea. "O aéreo, a gente entende que é a grande fronteira do Brasil com o mundo. São esperados a cada semana cerca de 100 mil passageiros, dos quais cerca de 70% são brasileiros e 30% estrangeiros", informou.