TAINÁ ANDRADE
Enquanto o governo federal, em Brasília, não tomava qualquer decisão sobre a adoção do passaporte da vacina — indo na contramão de uma medida que vários países estão impondo aos seus cidadãos e viajantes —, o ministro da saúde, Marcelo Queiroga, estava longe e participando de um evento a favor da ciência. Ele participava, no Rio de Janeiro, de uma cerimônia que sacramentava a parceria entre a pasta e a Universidade de Oxford.
A reunião do passaporte e o fechamento do convênio — que pretende estreitar as relações entre pesquisadores brasileiros e britânicos e fomentar os estudos científicos sobre vacinas, doenças infecciosas e saúde global — aconteciam praticamente ao mesmo tempo. No discurso, o ministro tangenciou a pandemia do novo coronavírus afirmando que "é por isso que precisamos defender a ampliação da cobertura vacinal". E deixou subentendido que estaria havendo exagero das autoridades sanitárias em relação à nova cepa ômicron.
"Como venho falando, é uma variação de preocupação e não de desespero, porque temos sistema público comprometido com a segurança dos nossos pacientes. Tivemos uma redução muito forte do número de casos, do número de óbitos e vamos continuar assim", afirmou.
Sem mencionar as subnotificações de casos leves de covid-19, causadas por mudanças no registro de testes de antígeno para casos positivos no aplicativo e-SUS, Queiroga ressaltou que o sistema de saúde britânico é referência para o Brasil.