CB.Fórum Live

Atenção primária à saúde pode oferecer vida normal para pessoas com doenças raras

Oficial de saúde do Unicef destaca a importância de um acompanhamento nos primeiros seis anos de vida da criança

A atenção primária à saúde evita diversos problemas e facilita no tratamento ou controle de doenças. É o que explicou a oficial de saúde do Unicef, Stephanie Amaral, que participou do CB.Fórum Live, realizado na sede do Correio Braziliense nesta segunda-feira (6/11). O evento discute a implementação de políticas públicas que ampliem o acesso às inovações na área de saúde.


O acesso à saúde primária se dá pela plataforma Unidade Amiga da Primeira Infância (UAPI), iniciativa do Unicef. “A Unicef traz uma mandala que é um modelo de atenção integral à criança que apresenta os cinco principais pilares para que a criança tenha um desenvolvimento pleno. Inclui a saúde, a nutrição, o cuidado responsivo, a proteção e a aprendizagem precoce”, explicou.


A ideia de saúde primária, de acordo com Amaral, é sair um pouco da ideia da medicalização da saúde, e caminhar para uma abordagem que vai para além do diagnóstico, tratamento e reabilitação, abrangendo a promoção e proteção da saúde e prevenção de agravos, um dos pilares da atenção primária. 


“A primeira infância são os seis primeiros anos da criança, onde é considerado uma janela de oportunidades, visto que é a fase de desenvolvimento da criança. É a fase onde existem muitas influências externas formando a base das estruturas, como a cerebral, a socioafetiva, a de saúde. É na atenção primária onde temos o primeiro ambiente e o mais propício para identificação de alterações no desenvolvimento, da necessidade de um acompanhamento especializado”, contextualizou a especialista.


O primeiro pilar da UAPI é a capacitação dos profissionais, que é a porta de entrada para a identificação de problemas de saúde que devem buscar uma atenção especializada mais tarde. “Quando falamos de crianças com deficiência ou doenças raras, quanto antes forem identificadas, maior é a probabilidade da criança se desenvolver da melhor forma possível e de ter um tratamento melhor. Além disso, dá possibilidade de um controle da doença para a criança se desenvolver normalmente”, destacou.


“Temos também a possibilidade de uma conversa entre diferentes unidades e diferentes capitais, para que haja a interação e identificação de lacunas e boas práticas que podem ser compartilhadas”, acrescentou a especialista.


Por fim, a UAPI realiza o monitoramento de dados que certifica que as unidades alcancem resultados referentes a certos indicadores propostos. “Para serem certificados, é necessário um monitoramento de dados eficiente. Ainda existe um grande desafio no monitoramento desses dados, como prontuários eletrônicos diferentes em cada capital. que gera dificuldade na padronização de indicadores por exemplo”, finalizou.

*Estagiária sob supervisão de Pedro Grigori

 

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