Após a detecção dos primeiros casos da variante da covid-19 ômicron no Brasil, vários estados e cidades do país deram alguns passos atrás nas flexibilizações feitas em meio a pandemia. Nesta sexta (3/12), o Comitê Científico do Consórcio Nordeste recomendou que os governadores da região cancelem as festividades do Ano Novo e do Carnaval, já que estas podem gerar aglomerações.
"Tendo em vista o quadro global e nacional atual da pandemia e as incertezas futuras existentes, o Comitê Científico do Consórcio Nordeste recomenda aos governantes estaduais e municipais cancelar a realização das festividades de final do ano e do Carnaval que possam gerar aglomerações, pois estas intensificariam a transmissão do vírus e resultariam em nova onda da pandemia", diz o texto.
Outras cidades, como São Paulo, e o próprio Distrito Federal cancelaram as festas de Réveillon diante da identificação da ômicron no país. O estado paulista também recuou na flexibilização do uso de máscaras em espaços abertos, que estava prevista para acontecer no próximo dia 11. No entanto, o governador João Doria (PSDB) manteve a obrigatoriedade do equipamento de proteção individual.
Uma orientação nesse mesmo sentido foi dada pelo Comitê Científico do Consórcio Nordeste aos governadores da região. Foi indicado que seja mantida a obrigatoriedade do uso de máscaras e que seja cobrado o comprovante de vacinação contra a covid-19 para a entrada em cinemas, teatros, estádios de futebol e outros locais.
A nota do Consórcio Nordeste faz críticas à maneira como o governo federal enfrentou a pandemia da covid-19. Segundo o comitê científico, a esfera federal se mostrou apática e se contrapôs "às ações de controle e contenção implementadas pelas administrações Estaduais e Municipais".
"Desde o registro oficial do primeiro caso comunitário no país em fevereiro de 2020, assistiu-se a uma completa apatia do Governo Federal", ponderou o boletim.