DESASTRE

Queiroga sobrevoa áreas atingidas pelas chuvas e anuncia mais R$ 12 mi para Bahia

Os recursos vão dar suporte ao estado na vigilância em saúde. Enchentes no estado baiano já deixaram, até o momento, 37,3 mil pessoas desabrigadas e 53,9 mil desalojadas

Gabriela Bernardes*
postado em 30/12/2021 16:41
 (crédito: Ministério da Saúde)
(crédito: Ministério da Saúde)

O ministro da Saúde Marcelo Queiroga visitou, nesta quinta-feira (30/12), áreas atingidas pelas chuvas na Bahia. Durante o trajeto, o ministro afirmou que um grupo de médicos da Força Nacional deve chegar na região no começo da próxima semana e anunciou um novo repasse financeiro no valor de R$ 12,7 milhões ao estado.

Os recursos vão dar suporte ao estado na vigilância em saúde com o aumento no número de cidades em situação de emergência por conta das fortes chuvas. "Na última terça-feira liberamos R$ 7 milhões, através de uma portaria fundo a fundo para não ter atraso. Já hoje, liberamos mais de R$ 12 milhões para dar um suporte na vigilância à saúde", anunciou Queiroga, em entrevista à TV Sudoeste.

Além dos recursos, a pasta está enviando mais 28 kits chamados de "vigidesastres", com medicamentos, vacinas e outros insumos, para as cidades baianas atingidas. Segundo o ministério, esse quantitativo atenderá mais de 14 mil pessoas e se soma aos outros já entregues para a região.

O ministro sobrevoou as áreas atingidas na região de Vitória da Conquista. "Sobrevoamos toda essa região, verificamos os estragos que a chuva provocou e estamos juntos trabalhando para levar assistência aos que sofreram em função da chuva. Vamos trabalhar seguindo as recomendações do presidente Jair Bolsonaro para que não falte nada aos nossos irmãos da Bahia", afirmou Queiroga.

Com mais esse recurso liberado nesta quinta, o valor repassado pelo governo federal, por meio do Ministério da Saúde, à Bahia chega a R$ 19,7 milhões. Agora, 80 cidades baianas que decretaram situação de emergência, estado de calamidade pública ou reconhecimento de emergência por conta de enchentes e alagamentos estão contempladas com a medida. O valor provém do Fundo Nacional de Saúde e será repassado aos Fundos Municipais de Saúde dos estados afetados pelas inundações.

Força-tarefa

No início da semana, o Ministério da Saúde enviou técnicos da pasta para traçar um diagnóstico da situação e indicar a quantidade de médicos e enfermeiros necessária para atender cada cidade. Além disso, a pasta enviou medicamentos, vacinas, equipamentos e insumos. Até agora, a operação enviou mais de 4,2 toneladas de medicamentos básicos e insumos estratégicos, suficientes para atender a mais de 25 mil pessoas.

Foram enviados também 5 milhões de insumos para controle de doenças como dengue, chikungunya e zika, além de 1 milhão de frascos de hipoclorito de sódio para tratamento de água. A Bahia recebeu 100 mil doses de vacinas contra a influenza, 40 mil doses de vacina contra hepatite A pediátrica e 10 mil doses de vacina antirrábica humana. 

A operação conjunta do governo federal une forças dos ministérios do Desenvolvimento Regional, da Cidadania e da Saúde, além dos governos estadual e municipais.

Recusa de ajuda internacional

As enchentes no estado baiano já deixaram, até o momento, 37,3 mil pessoas desabrigadas e 53,9 mil desalojadas. Foram registradas 24 mortes e 434 feridos. Segundo o governo estadual, 141 municípios foram afetados pelas chuvas. Do total, 132 estão em situação de emergência. 629 mil pessoas foram afetadas de alguma forma pelas inundações.

Mesmo com a situação emergencial e caótica, o Ministério das Relações Exteriores negou autorização do envio de ajuda humanitária por parte do governo da Argentina às vítimas das enchentes na Bahia.

O governo argentino havia se colocado disposto a enviar imediatamente ao sul da Bahia uma missão com profissionais especializados nas áreas de água, saneamento, logística e apoio psicossocial para as vítimas.

Questionado por jornalistas, o governador Rui Costa classificou como “lamentável” a recusa do Governo Federal ao apoio oferecido pelo país vizinho. “Me dirijo a todos os países do mundo: a Bahia aceitará diretamente, sem precisar passar pela diplomacia brasileira, qualquer tipo de ajuda neste momento. Os baianos e brasileiros que moram aqui no estado precisam de todo tipo de ajuda. Estamos trabalhando muito, incansavelmente, para reconstruir as cidades e as casas destruídas, mas a soma de esforços acelera este processo, portanto é muito bem-vinda qualquer ajuda neste momento”, disse Rui Costa. 

*Estagiária sob supervisão de Pedro Grigori

 

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