Um jovem de 18 anos passou por momentos de terror e violência na madrugada deste domingo (19/12), após participar de uma cavalgada, em Alto Paraíso de Goiás. Em um vídeo que viralizou na internet, é possível ver o homem amarrado pelo pescoço enquanto é arrastado pela lama da fazenda em que a 2ª edição da Cavalgada das Comitivas ocorreu. Durante a violência assustadora, outras pessoas que assistiam a cena gargalhavam e batiam palmas. Veja o vídeo:
De acordo com o pai da vítima, o garoto também foi jogado em uma vala quando a agressão terminou. O pai afirma que o filho não conhece o agressor e também não lembra como a situação se desenvolveu. Desde domingo, o jovem não quer sair de casa e chora muito.
"Ele não era de sair para festa. Sempre foi um menino criado dentro da igreja. Ele me contou que bebeu duas doses nesse dia e depois não se lembra de mais nada. Não tem motivo para fazer o que esse homem fez com ele", contou o pai ao G1.
Após as agressões, ainda no domingo (19/12), a vítima foi socorrida por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e foi encaminhada ao hospital de Alto Paraíso de Goiás com ferimentos em todo o corpo. No entanto, o jovem deixou o hospital contra a orientação médica, e retornou acompanhado de um familiar, onde foi medicado e recebeu alta na segunda-feira (20/12).
A Polícia Civil de Alto Paraíso de Goiás informou que o jovem esteve na delegacia com o estado emocional abalado. A corporação abriu dois inquéritos para investigar o caso. O primeiro focará no agressor que aparece no vídeo arrastando o homem. Ele já foi identificado e prestará depoimento nos próximos dias. O outro inquérito irá apurar a condutas das pessoas que assistiram a cena e não agiram para socorrer o jovem.
O que dizem os responsáveis pela festa
A HC Festas e Eventos, responsável pela cavalgada, afirmou, em nota divulgadas nas redes sociais, que as agressões ocorreram após o encerramento do evento. De acordo com a empresa, a festa “contou com 10 seguranças da equipe a fim de evitar e/ou conter brigas e tornar o evento um local seguro”.
O prefeito do município, Marcus Rinco (DEM), é o proprietário da fazenda em que a cavalgada — e as cenas de violência — ocorreram. Ele usou as redes sociais para explicar que o local “é um espaço de eventos, usado para locação e eventos próprios” e que “não há envolvimento ou responsabilidade pelo evento”.
Rinco afirmou que a cavalgada foi realizada por um contratante privado, que respeitou as normas de locação. “Todo procedimento foi feito de forma correta e acertada com informação junto a PM e escolta, informação e carro do SAMU e segurança privada”, disse. O político também disse que é contra e repudia “todo e qualquer tipo de violência”.
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