Novas ameaças chegaram na manhã desta segunda-feira (20/12) aos e-mails dos diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Ao Correio, servidores do órgão relataram que receberam ameaças de agressão e intimidações por meio de mensagens e que temem pela própria vida.
“Eles dizem que não vamos viver em paz”, contou uma funcionária que preferiu não se identificar por questões de segurança. A mulher também criticou a demora das instituições acionadas para preservar a integridade dos servidores.
A Anvisa vem sendo alvo de ataques após anunciar a aprovação da vacina Pfizer contra a covid-19 para crianças de 5 a 11 anos. O presidente do órgão, Antonio Barra Torres, denunciou as intimidações no domingo (19), três dias após o presidente Jair Bolsonaro afirmar que divulgaria os nomes dos responsáveis pela aprovação da vacinação infantil contra o novo coronavírus.
Hoje, seguindo a linha do chefe do Executivo, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, concordou com as divulgações, durante conversa com jornalistas na sede da pasta. “O serviço público é caracterizado pela publicidade dos seus atos. Então, todos os técnicos que se manifestem em processos administrativos tem que ser publicizados os atos, a não ser aqueles atos que são mais restritos. Mas não há problema em ter publicidade dos atos da administração. Acredito que seja até um requisito da Constituição”, disse.
Para a tomada de decisão, a Anvisa analisou um estudo feito com 2.250 crianças, divididas em dois grupos. Dois terços tomaram vacina e um terço tomou placebo (substância que não tem efeito no organismo) em um esquema de duas doses, com intervalo de 21 dias. A pesquisa comprovou que o imunizante é seguro e eficaz, com benefícios que superam os riscos.
Aras fala em ‘providências’
O procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou “adoção de providências” para “assegurar a proteção” dos dirigentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Até o momento, o PGR ainda não detalhou quais as ‘providências’ foram adotadas.
O documento registra que comunicações anteriores que chegaram à Procuradoria sobre fatos similares ‘foram diligentemente tratadas por membros do Ministério Público Federal no Distrito Federal e no Paraná, que contam, no tema, com o zeloso trabalho da Polícia Federal’, indicou o Ministério Público Federal em nota.
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