Vacinas

Presidente da Anvisa diz que 1,6 mil servidores contribuíram na aprovação da vacina

O posicionamento de Antonio Barra Torres veio em resposta a fala de Bolsonaro, que disse na quinta-feira (16/12) que queria divulgar o nome das pessoas que aprovaram a vacinação para crianças

Tainá Andrade
postado em 17/12/2021 19:49
 (crédito: Reprodução/Youtube)
(crédito: Reprodução/Youtube)

O diretor presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, aproveitou a reunião ordinária pública da diretoria para rebater críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ministro da saúde, Marcelo Queiroga. Em defesa do órgão sobre a vacinação da Pfizer em crianças de até cinco anos, Antônio enviou recado direto para os cidadãos. Afirmou que a equipe está unida sobre a decisão, segura sobre o cumprimento da lei e disposta a disponibilizar todas as informações que forem solicitadas.

“Somos legalistas, somos cumpridores da lei determinada, temos total tranqüilidade em fornecer informações que a nós venham a ser solicitadas. Quanto as nossas participações em atos de análise e administração, faremos com a mesma serenidade que buscamos manter em mares tormentosos”, defendeu.

O presidente lembrou que o poder de decisão sobre vacinar a criança cabe aos pais. Além disso, as decisões à nível de diretoria ou gerência são de posicionamentos estabelecidos para o órgão.

Em uma resposta clara à declaração do presidente Jair Bolsonaro, que falou na live de quinta-feira (16/12) que solicitou o nome dos servidores que liberaram a vacinação para crianças, Antônio Barra disse “na decisão tornada pública se formos consultar todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para que aquele posicionamento fosse estabelecido essa lista por certo contaria com mais de 1.600 nomes, porque todas as nossas atividades estão entrelaçadas. E desses 1.600 até por ordem alfabética, seguramente na letra A o meu nome vai estar lá como um dos primeiros pela minha inicial e estarão os nomes de toda a diretoria da Anvisa”.

“Na questão das crianças, foram ouvidas, e melhor do que isso trabalharam conosco lado a lado nas discussões e análises, as sociedades brasileiras de pediatrias, de imunologia, de infectologia, de pneumologia e de fisiologia. Profissionais de alta estirpe no Brasil com sólida capacitação técnica que forneceram sólidas decisões emitidas em tempo recorde. Não houve demora, tempo excessivo, 17 dias foi o período que apresentamos. Período esse mais célere do que inúmeras outras agências, por vezes, muito mais aquinhoadas de pessoal do que a nossa pequena, porém grandiosa Anvisa”, explicou Antônio.

O presidente fez questão de lembrar que não é a Anvisa a responsável por liberar a vacinação, mas sim o Ministério da Saúde, que comanda o Programa Nacional de Imunização. “Será esse mesmo programa que analisará a liberação que fizemos no dia de ontem, quanto às vacinas para faixa etária de 5 a 11 anos. Estamos em análise com vacinas dos 13 aos 17. É o trabalho da agência puro e simples. A nossa agência não vacina ninguém, o gestor do sistema nacional de imunizações, responsável, por certo, de um dos maiores programas de imunização do mundo, é o Ministério da Saúde. Portanto, o governo federal”, concluiu.

Trabalho sob ameaça

Em certo momento, Antonio Barra Torres citou as ameaças pelas quais os servidores do órgão passaram, sem dar detalhes. “Não faz muito tempo fomos ameaçados com morte, perseguição, com uma série de outros atos criminosos. Isso aconteceu no mês de outubro e logo no início de novembro o que somou a um trabalho que é muito difícil, complexo e desgastante preocupações completamente desnecessárias”, denunciou.

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