Um estudo encomendado pelo Ministério da Saúde à Universidade de Oxford apontou que uma dose de reforço feita com uma vacina de plataforma heteróloga, ou seja, diferente da utilizada no esquema primário de vacinação contra a covid-19, suscita uma maior resposta imune nos indivíduos. A conclusão foi apresentada nesta sexta-feira (17/12) em um pronunciamento que contou com a presença do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
A pesquisa, que começou em agosto, foi feita com 1.205 voluntários que receberam duas doses da CoronaVac no esquema primário. Apesar de indicar que uma dose adicional de todas as vacinas estimulam o sistema imune, o estudo apontou que uma dose de reforço da vacina da Pfizer foi a que mais aumentou o título de anticorpos neutralizantes nestes indivíduos.
Após a dose de reforço foi constatado um aumento de 175 vezes no título de anticorpos neutralizantes. Enquanto isso, a vacina da AstraZeneca/Fiocruz gerou aumento de 85 vezes, e a da Janssen, 61 vezes. Já uma dose adicional da própria CoronaVac nestes indivíduos que receberam duas doses do imunizante em primeiro momento gerou um aumento de apenas 7 vezes no título de anticorpos neutralizantes.
Como isso, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou que a vacina de vírus inativado não deve ser utilizada como dose de reforço. Queiroga ainda ressaltou a importância dos estados e municípios seguirem as regras de vacinações indicadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Dose de reforço
O ministro ressaltou que antes mesmo do resultado da pesquisa encomendada pela pasta sobre a dose de reforço, o Ministério da Saúde já havia indicado a dose adicional para idosos, pessoas imunossuprimidas e profissionais de saúde, e até ampliado o público-alvo da dose de reforço para toda população adulta.
O tempo indicado para que as pessoas procurem os postos de saúde para receberem a dose adicional é de, pelo menos, cinco meses após a aplicação da segunda e conclusão do esquema vacinal.
Apesar disso, alguns estados reduziram o tempo de intervalo para a aplicação da dose extra, mas o Ministério da Saúde informou que avalia a redução do tempo de intervalo para recomendação da dose de reforço. “Nós estamos debatendo na câmara técnica se há a necessidade de uma redução do intervalo dessa dose de reforço”, disse a secretária especial de enfrentamento à covid-19, Rosana Leite.
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