Racismo

Estudante tem cabelo cortado por colega de turma por ser "de negro e ruim"

Além de ter os cabelos cortados, a denúncia feita relata também que a menina sofreu ataques verbais e teve sua máscara cortada

Correio Braziliense
postado em 15/12/2021 17:08
 (crédito: Reprodução/Instagram)
(crédito: Reprodução/Instagram)

No interior de Santa Catarina, uma mãe publicou um vídeo, no Instagram, revelando episódios de racismo e bullying sofridos por sua filha, de 13 anos, na escola. Uma aluna teria cortado o cabelo da menina, sob o "pretexto" dele ser "de negro e ruim". Ela também teria cortado a máscara da menina.

Segundo o relato, feito no começo de dezembro, a adolescente comunicou a professora do ocorrido, mas nada foi feito. No mesmo dia, a mesma aluna teria jogado a carteirinha da escola da menina no mato. 

A mãe só ficou sabendo dos incidentes no dia seguinte,quando a atitude de cortar o cabelo se repetiu, mas dessa vez dentro do ônibus escolar. 

Segundo ela, sua primeira providência foi ligar para a coordenadora da escola,que informou que conversaria com a outra menina. No vídeo, a mãe afirma que a filha não recebeu nenhum tipo de pedido de desculpa e que nenhum membro da diretoria da escola conversou com ela para saber se estava tudo bem.

A menina teria chegado em casa aos prantos pedindo para que a mãe retirasse as tranças que ela usava no cabelo. 

Confira o vídeo na íntegra: 

Inquérito

O caso foi encaminhando para o Ministério Público de Santa Catarina, após as investigações da Polícia Civil, e foi tratado pela polícia como infração análoga ao crime de injúria racial.

A denúncia aconteceu seis dias após a publicação do vídeo em que a mãe narrou o ocorrido. De acordo com a advogada que representa a vítima, a família já estava de mudança, e a situação de racismo fez com que acelerassem o processo porque a menina não queria mais retornar às aulas presenciais.

Tranças e máscara cortadas
Tranças e máscara cortadas (foto: Arquivo Pessoal)

Em nota, a Secretaria de Educação do estado afirmou que “orienta a coordenadoria regional e a equipe gestora da unidade escolar para que tomem todas as medidas administrativas e pedagógicas cabíveis diante do caso. Também garante todo apoio à vítima e preservação da identidade dos envolvidos”. 

Segundo a Polícia Civil, por se tratar de situação envolvendo adolescentes, as provas foram colhidas e encaminhadas ao Judiciário e ao Ministério Público.

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