HACKER

Site ligado ao Ministério da Economia também é atacado por hackers

Os invasores atacaram o site da Escola Virtual, um ambiente de cursos a distância ligado ao Ministério da Economia

Tainá Andrade
Taísa Medeiros
postado em 11/12/2021 06:00
 (crédito: StartupStockPhotos/Pixabay )
(crédito: StartupStockPhotos/Pixabay )

O grupo que invadiu as plataformas do Ministério da Saúde, na madrugada de ontem, fez vários sites do governo de vítima. Os hackers atacaram o site da Escola Virtual, um ambiente de cursos a distância ligado ao Ministério da Economia. Por volta das 17h30, o Lapsus$ Group deixou uma mensagem na página de entrada com xingamentos ao presidente Jair Bolsonaro.

"Nós voltamos, porém, com mais notícias (e com mais poderio). Vamos explicar algumas coisas: o nosso único objetivo é obter dinheiro, não ligamos para a família Bolsonaro (vulgo Bolsofakenews) de m**", afirmaram os piratas.

Os hackers atingiram, ainda, os sites da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e outras ligadas à Secretaria de Governo Digital, órgão que integra a estrutura da Secretaria Especial de Desburocratização do Ministério da Economia.

No caso do Ministério da Saúde, o secretário-executivo Rodrigo Cruz salientou: "A gente está finalizando as investigações. Tanto o ministério quanto as empresas contratadas que hospedam esses dados têm uma política de backup. Então, esses backups são realizados. Importa dizer que, ao importar esse backup, eventualmente algum dado pode se corromper. Tem, sim, uma política de backup e assim que tiver uma confirmação, a gente informa. Tem boas expectativas, mas aguardamos a equipe técnica finalizar a análise", salientou.

Profissionalismo

O especialista em cibersegurança da Trend Micro Brasil, Cesar Cândido, ataques como os sofridos ontem por várias páginas do governo federal é serviço de um grupo altamente organizado, profissional e com alto conhecimento tecnológico.

"A gente viu, nos últimos meses, empresas pequenas e grandes empresas também sendo atacadas", lembra. Segundo Cândido, o que preocupa é a dimensão das bases de dados governamentais e o impacto que um vazamento maciço de dados poderia ter na vida dos cidadãos.

Já o advogado especializado em Direito Digital Jonatas Lucena ressalta que os riscos para a população são incomensuráveis. "Se o hacker que invadiu o site governamental baixou todo o banco de dados, ele pode fazer uma infinidade de coisas. Um criminoso ou uma quadrilha pode cometer uma infinidade de crimes", observou.

"O atacante pode fazer um ataque direcionado a uma pessoa. Pode utilizar esse dado para enganar empresas, fazer extorsões, abrir conta em outros bancos", acrescentou Cândido, salientando para a gravidade que representa o vazamento de dados de posse do Estado.

Sobre a possibilidade de alguém ser punido e responder criminalmente, Lucena é cético. "Em teoria, deveriam ser punidas as empresas responsáveis pela elaboração do site, pela construção do site e pela hospedagem. Mas quando se trata de deslizes cometidos por um ente público, é difícil", lamentou.

(Com reportagem de Tainá Andrade e Taísa Medeiros)

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