O site do Ministério da Saúde sofreu, ontem, um ataque hacker que o tirou do ar por algumas horas e atingiu o aplicativo do ConecteSUS, que registra o processo de vacinação contra a covid-19 e emite o comprovante de imunização que vem sendo exigido em vários pontos do país. Assim, a pasta decidiu adiar para o dia 18 a entrada em vigor das normas, divulgadas na última quinta-feira, para que estrangeiros ingressem em território nacional.
De acordo com o Ministério da Saúde, foram comprometidos os sistemas do e-SUS Notifica (sistema de notificação de casos de Covid), o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI), o ConecteSUS e outros serviços como a emissão do Certificado Nacional de Vacinação Covid-19 e da Carteira Nacional de Vacinação Digital — que estão indisponíveis.
"É um prejuízo muito grande. São pessoas criminosas. Nós esperamos encontrá-las e punir exemplarmente. Mas esses dados não serão perdidos. O Ministério da Saúde os tem todos, é só uma questão de resgatar esses dados e colocá-los à disposição da sociedade", afirmou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que estava em Belo Horizonte.
Sobre o adiamento da cobrança do comprovante de vacinação de quem vem do exterior, o ministro não vê problemas. "Está bem claro a quarentena de cinco dias precedido do teste de PCR, 72 horas antes da viagem ou 24h antes, depois da quarentena, o teste negativo pode sair da quarentena. Quem comprovar a vacinação não faz a quarentena. É preciso existir uma isonomia em relação a essas questões. Não vou impedir o brasileiro de entrar e criar uma regra para o brasileiro e outra para o estrangeiro", afirmou.
Segundo o Ministério da Saúde, as alternativas ao ConecteSUS para a pessoa evitar ser barrada caso não tenha o comprovante de vacinação é a apresentação cartão de imunização ou acessar os sistemas de estados e municípios para tentar obter o documento.
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Investigação
Os dados da pasta, porém, não foram roubados. A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar a invasão e, em nota, afirmou que os bancos de dados não foram criptografados pelos hackers.
De madrugada, se o usuário tentasse acessar o portal do ministério, encontraria a seguinte mensagem: "Os dados internos dos sistemas foram copiados e excluídos. 50 TB (Terabyte) de dados está (sic) em nossas mãos".
Somente neste ano, os sistemas do Ministério da Saúde sofreram outros dois ataques e, em ambos, os invasores criticaram a segurança dos dados do órgão. No final de janeiro, um hacker invadiu sistemas da pasta, mas não houve vazamento de informações. Porém deixou um alerta para os administradores da plataforma.
"Este site está um lixo!", afirmava a mensagem, escrita em letras maiúsculas, que ficou visível no FormSUS — serviço do DataSUS com informações de pacientes da rede pública de saúde.
Em fevereiro, uma invasão semelhante ocorreu novamente no FormSUS. "Arrumem esse site porco ou na próxima vai vazar (sic) os dados dos responsáveis por essa porcaria", dizia a mensagem do invasor.
(Com reportagem de Tainá Andrade e Taísa Medeiros)
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