Rio de Janeiro

Meninos de Belford Roxo foram executados depois de sessão de tortura

Polícia Civil deflagrou uma operação nesta quinta-feira (9/12) com o intuito de encerrar o inquérito sobre a morte dos três meninos; 33 pessoas foram presas

Thays Martins
postado em 09/12/2021 12:38 / atualizado em 09/12/2021 12:45
 (crédito: Reprodução/TV Globo)
(crédito: Reprodução/TV Globo)

Os três meninos mortos em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, passaram por um sessão de tortura antes de serem executados. Um deles morreu em decorrência da surra e os outros dois foram mortos por causa disso, segundo investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

De acordo com a investigação, os meninos teriam furtado passarinhos de um traficante e por isso foram torturados.

A Polícia Civil deflagrou uma operação na comunidade Castelar, em Belford Roxo, nesta quinta-feira (9/12), com o intuito de encerrar o inquérito sobre a morte dos meninos Lucas Matheus, 9 anos, Alexandre da Silva, 11, e Fernando Henrique, 12.

Ao todo, 56 mandados de prisão foram expedidos. Pelo menos 33 pessoas estão presas. Cinco são investigados pelo triplo homicídio com ocultação de cadáver das crianças e o restante por associação para o tráfico.

Segundo a investigação, a traficante conhecida como Tia Paula teria sido a responsável por sumir com o corpo das crianças. De acordo com a polícia, Tia Paula foi morta e esquartejada por ordens da cúpula do Comando Vermelho.  Outros três investigados também foram assassinados por "queima de arquivo". 

Os três foram mortos em dezembro do ano passado depois que saíram de casa para brincar. Segundo uma testemunha, os corpos dos meninos foram jogados em um rio próximo da favela. Buscas foram feitas no local indicado pela testemunha, mas até hoje nada foi encontrado.

Em um áudio interceptado pela polícia com a conversa de dois traficantes, um deles diz ter sido incriminado pela morte das crianças. "Me colocaram como suspeito dessa morte das crianças também. Não viu não, na televisão?", pergunta. Ao que o outro responde: "E tu não quis nem bater. Lembra?".


 

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