O prefeito da cidade de Alto Rio Doce, na Zona da Mata, Victor de Paiva Lopes (MDB), de 36 anos, foi acusado pela ex-esposa, de 31, de agredi-la e ameaçá-la de morte. A violência física também ocorreu contra a mãe da vítima e a filha menor de idade do casal, que – conforme o boletim de ocorrência da Polícia Militar (PM) – levou um soco do próprio pai no rosto.
Após as agressões, que ocorreram no último sábado (4/12), o chefe do Executivo do município fugiu e, até o fechamento desta reportagem, não havia sido localizado. Ao Estado de Minas, a Polícia Civil de Minas Gerais informou, na tarde desta segunda-feira (6/12), que foi solicitada ao Poder Judiciário uma medida protetiva para a vítima.
Em relato à PM, a ex-mulher do prefeito disse que Victor deveria ficar com os filhos do casal nesse sábado. No entanto, ele teria ficado embriagado durante a “Festa do Galo”, que acontecia em comemoração ao título do Atlético no Campeonato Brasileiro. Por essa razão, o prefeito não estaria em condições de ficar com as crianças naquele dia.
Portanto, ela decidiu ir até a casa da mãe do ex-marido para buscar os filhos. Ainda de acordo com a PM, ao tomar conhecimento disso, o prefeito foi até a residência da ex-companheira e, bastante alterado, quebrou o portão da residência com a sua caminhonete, arrombou a porta da cozinha, danificou vários objetos dentro do imóvel e iniciou as agressões físicas e ameaças de morte contra a mãe dos filhos dele.
Conforme o registro policial, o prefeito disse que iria descarregar a arma na ex-mulher e nas crianças. A vítima contou, ainda, que o chefe do Executivo já a ameaçou de morte em outra situação, quando ele apontou uma arma em sua direção.
Ainda segundo a PM, a mãe da ex-mulher do prefeito, de 63 anos, tentou intervir, mas Victor segurou a idosa pelo pescoço. Uma menina, filha do casal e que não teve a idade divulgada, também foi agredida pelo próprio pai com um soco no rosto. A violência só cessou quando um irmão da mulher e um tio de Victor intervieram na briga.
Posteriormente, segundo a PM, o prefeito de Alto Rio Doce percebeu a chegada da viatura e fugiu em sua caminhonete.
“Com a nossa chegada, juntamente com a equipe de apoio do Tático Móvel, percebemos que o portão estava danificado e teria um veículo saindo da residência. Logo que o veículo passou pelas viaturas, ele saiu em alta velocidade em sentido ao Centro do município”, destaca a PM.
As vítimas dispensaram atendimento médico sob alegação de que não apresentavam lesões.
Um irmão da vítima se identificou como policial após chegar ao local e se ofereceu para levar a mulher, a mãe dela e a sobrinha para seu apartamento – local que, segundo ele, seria “mais seguro”.
Post do prefeito
O Estado de Minas entrou em contato com o gabinete do prefeito da cidade de Alto Rio Doce para um pronunciamento, mas não obteve retorno até o fechamento da reportagem. No entanto, no fim da tarde o chefe do Executivo disse que afirmações são inverídicas e difamatórias.
“Tenho tranquilidade em dizer que essas alegações falsas, fabricadas e vingativas, serão esclarecidas, pois, de forma alguma, são reflexo de meu caráter ou ações”, escreveu o prefeito nas redes sociais.
Leia na íntegra:
Polícia Civil emite nota
Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais disse que já tomou ciência da denúncia e “adotou todas as providências iniciais cabíveis, com oitiva das vítimas e requerimento de medida protetiva ao Poder Judiciário”.
“Até o momento, o suspeito não se apresentou, e as investigações encontram-se em andamento na Delegacia de Polícia Civil em Alto Rio Doce”, finaliza a instituição policial em nota.
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