Nesta segunda-feira (6/12), autoridades e especialistas em saúde participaram do CB Fórum Live - Inovação além do tratamento. Entre outros temas, eles trataram de políticas públicas para acelerar a inovação em saúde; exemplos bem sucedidos de uso de Inteligência Artificial no setor; e inovação além do produto na indústria farmacêutica. O evento, parceria entre o Correio Braziliense e a Roche Farma, foi transmitido pelas redes sociais do jornal (Facebook, Instagram e YouTube).
Participante do último painel, o diretor de Acesso à Saúde da Roche Farma, Antônio Silva, destacou a importância da cooperação em prol de melhores resultados para o setor. “Sozinhos, a gente não vai fazer. Precisamos juntar parceiros da iniciativa privada, da academia, da iniciativa pública”, disse o diretor.
O especialista afirmou que a intenção da Roche é “reescrever, em 10 anos, os livros de medicina e disponibilizar de três a cinco vezes mais inovação com menos impacto no sistema de saúde”. “Se temos diagnóstico precoce e se vamos investir na prevenção, além de trazer esse benefício claro ao paciente e salvar uma vida, também ajudamos a reduzir os custos mais altos de tratamento”, argumentou Antônio Silva.
Diagnóstico precoce
Em parceria com uma startup, a Roche criou o programa PreviNEO, que atua na prevenção ou detecção precoce dos cinco tipos de câncer mais comuns no Brasil: mama, próstata, pulmão, cólon e colo de útero. A plataforma usa um questionário baseado em um algoritmo que identifica o risco de cada paciente desenvolver alguma das patologias.
A empresa farmacêutica também investe no Movimento Saúde 2030, que tem como objetivo reunir setores para incentivar a inovação e criar um “impacto sistêmico na saúde globalmente”, comentou o participante.
Desconfiança
Silva lamentou a falta de transparência, principalmente no setor farmacêutico. Segundo ele, esse problema provoca desconfiança e desestimula o estabelecimento de alianças. “A principal barreira ainda é a falta de confiança entre todos. A gente não tem transparência. Além disso, a insegurança jurídica, porque às vezes as pessoas têm medo de correr riscos, de participar”, disse.
O convidado definiu a interoperabilidade como ponto-chave para otimização de resultados. “Não basta ser uma solução que vá resolver uma situação pontual. Se juntarmos forças e acelerarmos isso, podemos ter resultados muito mais impactantes e de forma mais transversal e rápida”, afirmou. Embora na visão de Antônio Silva o cenário necessite de melhora, ele celebrou o avanço alcançado em 2020.
Segundo o diretor, a inovação na saúde deve ser uma agenda do Estado, e não de governo. Ele lembrou: “Nosso inimigo hoje são as doenças. Aquela visão egocêntrica, do que eu estou fazendo, isso limita a forma como a gente pode acelerar tanto as alianças quanto a inovação”, argumentou o diretor da Roche.
* Estagiária sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza