O Ministério Público de Pernambuco protocolou parecer em que pede a condenação de Sari Corte Real pelo crime de abandono de incapaz qualificado, porque resultou na morte do menino Miguel, e agravado por ter ocorrido durante a pandemia de covid-19. O documento foi entregue na sexta-feira (3/12) e faz parte do processo iniciado após a morte da criança, aos 5 anos de idade, em agosto de 2020.
“Apenas pelas idades, dela e da criança, já seria natural esperar um comportamento diferente da acusada, pois naquele momento, não apenas convencer e demover a criança de seu intento seria o esperado, mas sim remover a criança do elevador e conduzi-la em segurança de volta ao interior do apartamento, (...) ou seguir com ela no elevador ao encontro da mãe (...). O que não poderia ter acontecido era o abandono da criança no interior de um elevador”, destaca o promotor na manifestação.
Os advogados de Mirtes Renata Souza, mãe de Miguel, atuam como assistentes da acusação e também entregaram as alegações finais na sexta. Para eles, o crime ocorreu por motivo fútil e a tese da defesa tenta transformar o menino de cinco anos em adulto, enquanto infantiliza Sari Corte Real. “Não se pode admitir que se negue a infância de Miguel Otávio”, adverte o documento.
Agora, o processo segue para a manifestação da defesa e, em seguida, deve ser dada a sentença pelo juiz designado. A morte de Miguel Otávio Santana da Silva completou um ano em 2 de junho de 2021. Ele caiu de aproximadamente 35 metros de altura, depois que a mãe, que trabalhava para Sari, precisou sair para passear com o cachorro da patroa. Sari é acusada por ter abandonado o menino sozinho no elevador.
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