Depois da confirmação dos primeiros casos da variante ômicron no Brasil, o Ministério da Saúde anunciou, ontem, que o Brasil já registra cinco infecções pela nova cepa do novo coronavírus. Além disso, pelo menos oito casos suspeitos — no Distrito Federal (seis), Minas Gerais (um) e Rio de Janeiro (um) — estão sendo monitorados pelas autoridades sanitárias e de saúde.
Por conta do avanço da ômicron, o ministério ativou uma sala de situação na última segunda-feira com o objetivo de monitorar as infecções e adotar medidas de prevenção e controle. Mas, ainda assim, o governo federal não aderiu à recomendação da Anvisa de exigir o comprovante de vacinação contra a covid-19 para a entrada no país. Além de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) insistir na adoção do passaporte de imunização, o Tribunal de Contas da União (TCU) reforçou a necessidade de se exigir o comprovante de vacinação de viajantes vindos do exterior.
Ontem, durante uma reunião de vigilância e monitoramento da ômicron no Brasil, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, esquivou-se ao considerar que impor restrições como a exigência de um passaporte de vacinação, para a entrada no país, é um "assunto sensível". "É uma ação que exige uma postura interministerial do governo, do Ministério da Saúde, da Justiça, da Infraestrutura e da Casa Civil, que coordena. Nós estamos nos debruçando sobre os dados da literatura com a opinião dos três ministérios, porque esse é um assunto sensível, que envolve questões de natureza sanitária. Mas também envolve outras questões, como o direito das pessoas de transitarem livremente", afirmou.
Não imunizados
Para Queiroga, é necessário que haja "ponderação e equilíbrio" para decidir se o país deve exigir o comprovante de vacinação para a entrada no território nacional — apesar de diversos países já terem adotado o documento. A preocupação dos especialistas é de que o Brasil se torne um destino procurado pelos turistas e viajantes não vacinados.
Ele lembrou que as cinco pessoas que contraíram a ômicron estão vacinadas contra a covid-19. "Mesmo com a vacina, o indivíduo pode, eventualmente, contrair a doença. As vacinas evitam as formas graves da doença e reduzem os óbitos de uma maneira muito expressiva", lembrou.
O ministro da Saúde mininizou o impacto da ômicron, afirmando que não é uma "variante de desespero". Lembrou, inclusive, que a variante delta não causou o impacto esperado no sistema de saúde brasileiro.
Queiroga ressaltou que a adesão da população à campanha de vacinação contra a covid-19 é ponto crucial no combate à nova cepa. Ontem, o Brasil alcançou a marca de 90% do público-alvo imunizado com a primeira dose. Ao todo, 159,3 milhões de brasileiros iniciaram o ciclo contra a doença, ou 74,6% de toda a população brasileira — estimada em 213,3 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Desses 213,3 milhões, apenas 177 milhões são vacináveis, já que o público-alvo considera crianças a partir de 12 anos — idade para qual está aprovada, pela Anvisa, a aplicação de alguma vacina contra a covid-19, no caso o imunizante da Pfizer.
A vacinação é responsável pela queda na média de casos e óbitos pela covid-19. O Ministério da Saúde distribuiu mais de 372,5 milhões de fármacos para os estados e o Distrito Federal e, em 2022, planeja reforçar a imunização de todos os brasileiros com mais de 18 anos. Para isso, a pasta contabiliza 354 milhões de imunizantes.
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