Apesar de temer o impacto que a nova variante da covid-19, a ômicron, pode causar no cenário epidemiológico do país, o governo federal ainda não aderiu a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de exigir o comprovante de vacinação contra a covid-19 para a entrada de viajantes no país. Nesta quinta-feira (2/12), durante uma reunião de vigilância e monitoramento da Ômicron no Brasil, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, indicou que este é um “assunto sensível”.
“A Anvisa já fez algumas recomendações em relação à questão das fronteiras, sobretudo dos voos em aeroportos, é uma ação que exige uma postura interministerial do governo, do Ministério da Saúde, da Justiça da Infraestrutura e da Casa Civil, que coordena. Nós estamos nos debruçando sobre os dados da literatura com a opinião dos três ministérios porque esse é um assunto sensível, que envolve questões de natureza sanitária, mas também envolve outras questões, como o direito das pessoas de transitarem livremente", afirmou durante a reunião.
Para ele, é necessário que haja “ponderação e equilíbrio” para decidir se o país deve exigir o comprovante de vacinação para a entrada no território nacional. Diversos países já adotaram a medida e a preocupação da Anvisa é de que o Brasil se torne um destino procurado pelos turistas e viajantes não vacinados.
Esta semana, a medida foi indicada novamente, desta vez pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Para evitar a disseminação de novas cepas no país, o relator do processo, o ministro Vital do Rêgo, acredita que a medida deve ser adotada pelo governo, que ainda resiste, já que o presidente da República, Jair Bolsonaro, já se manifestou contrariamente.
Vacinação
Queiroga lembrou que os cinco infectados pela nova cepa no Brasil estão todos vacinados contra a covid-19. “Mesmo com a vacina, o indivíduo pode, eventualmente, contrair a doença. As vacinas evitam as formas graves da doença e reduzem os óbitos de uma maneira muito expressiva”, pontuou.
Durante a reunião, Queiroga voltou a dizer que a ômicron não é uma “variante de desespero” e lembrou que a variante delta não causou o impacto esperado no sistema de saúde brasileiro. Além disso, o ministro ressaltou que a adesão da população à campanha de vacinação contra a covid-19 é ponto crucial no combate à nova cepa.
Ainda nesta quinta (2), o Brasil alcançou a marca de 90% do público-alvo vacinado com a primeira dose da vacina do novo coronavírus. Ao todo, 159,3 milhões de brasileiros iniciaram o ciclo vacinal contra a doença, ou 74,6% de toda a população brasileira — estimada em 213,3 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
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