No discurso que realizou na COP26, o ministro Joaquim Leite apresentou um panorama bem diferente daquele confirmado, ontem, pelo Inpe. Além de afirmar que o desmatamento ilegal já estava sendo combatido com aumento de recursos e de patrulhamento, ele não deu maiores detalhes dos mais recentes dados sobre desmatamento, queimadas e emissões de carbono. E ainda se comprometeu a acabar com o desmatamento ilegal até 2028.
Segundo Leite, as etapas para cumprir o objetivo de redução da devastação no bioma serão: redução de 15% ao ano até 2024; redução de 40% ao ano em 2025 e em 2026; redução de 50% em 2027; e zerar o desmatamento ilegal em 2028.
Mas enquanto o Ministério do Meio Ambiente divulga números otimistas sobre a preservação da Amazônia e de outros biomas brasileiros, estimativas do Observatório do Clima apontam que a maior parte (46%) dos gases estufa emitidos pelo país são provenientes do desmatamento. Os dados de 2020 mostram que o Brasil continua, desde 2010, a ampliar suas emissões. No ano passado, em plena pandemia, o aumento do despejo de gases de efeito estufa, pelo país, na atmosfera, foi de 9,5%. No restante do mundo, porém, houve uma redução de cerca de 7%.
"Enquanto o governo federal tenta vender o Brasil como potência verde na COP, a verdade é que o desmatamento em outubro bateu mais um recorde e vem sendo impulsionado pela política anti-ambiental do presidente, do Ministério do Meio Ambiente, com apoio de parte do Congresso. O desmatamento e queimadas continuam fora de controle e a violência contra os povos indígenas e população tradicional só aumenta", criticou Rômulo Batista, porta-voz da campanha Amazônia do Greenpeace.